6 de dezembro de 2025
Goiás Política

Sem opção viável para Goiás, PT pode apoiar José Eliton para governo do estado em 2026

Foto: Reprodução/Instagram

O PT goiano discute internamente a possibilidade de apoiar a pré-candidatura de José Eliton (PSB) ao Governo do Estado nas eleições de 2026. A informação, confirmada pelo deputado estadual Mauro Rubem (PT), surge como uma tentativa de formar uma “frente ampla” no estado, onde o partido historicamente enfrenta dificuldades eleitorais.

De acordo com o parlamentar, as conversas estão sendo articuladas a nível nacional, com envolvimento do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e da presidente estadual do PT, Adriana Accorsi. “Está tendo uma conversa dentro do PT para que o José Eliton seja candidato ao governo com o apoio do PT. Isso tem sido costurado pelo próprio Alckmin”, afirmou Rubem, ressaltando que o tema ainda passará por debates internos.

Trajetória política e possíveis resistências

A movimentação chama a atenção pela trajetória política de Eliton, que iniciou sua carreira como aliado do grupo de Marconi Perillo (PSDB). Foi vice-governador na chapa de Marconi em 2010 e 2014, assumindo o Executivo estadual em abril de 2018, após a renúncia do titular. Naquele ano, candidatou-se à reeleição pelo PSDB, mas foi derrotado por Ronaldo Caiado (UB). Atualmente filiado ao PSB, partido da base do governo Lula, Eliton apoiou o petista na eleição de 2022.

No entanto, a possível aliança enfrenta resistências. O vereador Edward Madureira (PT) vê a iniciativa como parte da estratégia de ampliar alianças progressistas. “O PT está disposto a construir uma frente ampla. E o José Eliton tem se apresentado nessa trincheira”, disse.

Já o especialista em Políticas Públicas Tiago Zancopé critica a proposta. “Me parece uma falta de criatividade terrível tentar reciclar o nome do José Eliton”, avalia, lembrando o baixo índice de aprovação do ex-governador ao final de seu mandato e problemas administrativos, como a tentativa frustrada de implantar Organizações Sociais (OSs) na educação e atrasos no pagamento de servidores.

Cálculo eleitoral e estratégia nacional

Para o cientista político Lehninger Mota, a articulação se insere em uma estratégia nacional do presidente Lula de recompor alianças amplas em estados onde o PT tem baixa competitividade. “Em lugares onde o PSB tem mais chance do que o PT, eles apoiam”, explica.

Os números reforçam a tese do pragmatismo. A maior votação do PT em uma disputa pelo governo goiano foi em 2002, quando Marina Sant’Anna obteve 15,17% no primeiro turno. Desde então, o partido não ultrapassou a marca de 10% dos votos.

Mota pondera que Eliton pode não ser um nome fortemente competitivo, mas serve como uma alternativa pragmática dentro de uma estratégia que prioriza eleger senadores e deputados federais aliados.

O deputado Mauro Rubem reforça que o processo ainda está em construção e que outras possibilidades não foram descartadas. O desfecho da articulação dependerá de debates internos no PT e da costura política envolvendo a cúpula nacional do partido e do PSB.

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