26 de abril de 2025
Goiânia

Líder de ambulantes considera inviável prazo dado por prefeito para desocupação da Rua 44 em Goiânia

Ana Paula Barbosa de Oliveira, representante dos vendedores ambulantes de Goiânia, avalia como impraticável a determinação do prefeito Sandro Mabel (União Brasil) para retirar todos os comerciantes informais da região da Rua 44 até 30 de março. O anúncio foi reforçado pelo chefe do Executivo durante audiência na Câmara de Vereadores nesta segunda-feira (24), mas os ambulantes alegam falta de diálogo e soluções inadequadas por parte da prefeitura.

Em entrevista ao Portal 6, Ana Paula revelou que as negociações estão paralisadas há um mês, sem acesso direto ao prefeito. “Tentamos chegar a um acordo, mas só conversamos com secretários. O prefeito não nos recebe”, afirmou. A líder espera que os vereadores apoiem a causa dos trabalhadores em reunião marcada para esta terça-feira (25), mas adiantou que, se não houver avanços, a alternativa será buscar intervenção judicial.

As propostas apresentadas pela gestão municipal – como o aluguel social em galerias comerciais ou realocação na Feira Hippie – são consideradas inviáveis pelos ambulantes. “Os donos das galerias nem sabem dessa proposta, e querem que a gente pague aluguel. Como isso é solução?”, questionou Ana Paula. Sobre a Feira Hippie, a líder é ainda mais crítica: “Querem nos jogar num local sem movimento, onde não temos como sobreviver”.

Ana Paula reforça que os comerciantes estão dispostos a se regularizar, mas cobra uma proposta concreta da prefeitura, como a criação de uma “Feira dos Camelôs” organizada. Ela alerta para o risco de conflitos sociais caso a retirada seja feita de forma abrupta. “Esses trabalhadores tiram seu sustento dali. Como chegar no dia 30 e simplesmente expulsar todo mundo sem alternativa?”, indagou.

Enquanto os ambulantes pressionam por mais prazo e diálogo, o prefeito Sandro Mabel mantém a posição de não recuar. Durante a audiência na Câmara, reafirmou que a fiscalização será rigorosa a partir do dia 30 para garantir a desocupação da área, conhecida pelo comércio popular de confecções. O impasse segue sem resolução, com os vendedores informais ameaçando judicializar a questão e a prefeitura insistindo no cumprimento do prazo estabelecido.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *