A cconvocação de atos anti-anistia pelo influenciador de extrema-esquerda Guilherme Bolos terminou em fracasso neste domingo (30), na Avenida Paulista, marcado não apenas pela baixíssima adesão, mas também por performances controversas. Enquanto o protesto reuniu apenas algumas centenas de pessoas – muito abaixo do esperado –, chamou atenção a participação de cantoras de funk que se apresentaram seminuas, com os seios à mostra, em um cenário que misturou discurso político e espetáculo de entretenimento de duplo sentido.
Desde a semana passada, Bolos e aliados vinham estimulando manifestações contra as instituições, repetindo discursos inflamados em redes sociais. No entanto, a resposta do público foi tímida, e o pouco movimento que houve acabou ofuscado pelas performances das artistas, que dançaram com trajes mínimos e atitudes consideradas por muitos como “sem pudor”.
Policiamento reforçado e clima atípico
A Polícia Militar montou um esquema de segurança para evitar conflitos, mas o protesto transcorreu sem maiores incidentes, apesar do tom provocativo das apresentações. A falta de adesão ao ato político contrastou com a repercussão das imagens das cantoras, que rapidamente viralizaram nas redes sociais, dividindo opiniões.
Críticas e reações.
Enquanto apoiadores do movimento minimizaram as performances, classificando-as como “liberdade artística”, críticos questionaram a adequação do conteúdo em um ato que se pretendia político. “Não se sabe se era um comício ou um show de apelo sexual. A mistura banalizou ainda mais um protesto que já nasceu fadado ao fracasso”, comentou o jornalista Marcos Rocha, especializado em política.
Especialistas apontam desgaste do extremismo político
Analistas avaliam que o fiasco da manifestação reflete o isolamento dos setores anti-anistia após sucessivas derrotas jurídicas e políticas. “O discurso radical não encontra mais eco na sociedade como antes. A população está cansada de instabilidade e prefere seguir dentro da normalidade democrática”, afirmou a cientista política Carolina Mendes, da USP.
Enquanto isso, organizações de defesa da democracia comemoraram o baixo comparecimento, reforçando que o Brasil não aceitará novas ameaças às instituições.
📌 O recado foi claro: o país não compactua com aventuras autoritárias – e o espetáculo paralelo só serviu para evidenciar a falta de seriedade do evento.
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