O governador de Goiás e pré-candidato à Presidência da República, Ronaldo Caiado (União Brasil), intensificou suas críticas ao governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT), acusando a atual gestão de falta de ações efetivas no combate à criminalidade. Em entrevista à revista IstoÉ, Caiado afirmou que, após “dois anos e quatro meses”, o Planalto não demonstrou “qualquer interesse em assumir um papel decisivo” contra o avanço das facções criminosas no País.
“PEC da Segurança é um factoide”, diz Caiado
O governador goiano classificou como “golpe contra os estados” a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Segurança Pública, em debate no Congresso. Segundo ele, o texto “retira o direito constitucional dos governadores” de administrar penitenciárias e forças policiais locais.
“Não há necessidade de mudar a Constituição. O que precisamos é integrar as polícias com leis complementares, sem burocracia. Essa PEC é uma cortina de fumaça para esconder a inação federal”,
Afirmou Caiado, destacando que a proposta não aborda temas como inteligência policial ou controle de fronteiras.
Goiás como “modelo” de segurança
Caiado usou o desempenho de Goiás na área como contraponto às políticas nacionais. O estado, que ele governa desde 2019, registrou queda em índices de criminalidade e adota medidas como:
✔ Proibição de visitas íntimas a presos — em oposição à política do Ministério da Justiça;
✔ Corregedoria atuante para fiscalizar policiais, sem obrigatoriedade de câmeras nas fardas;
✔ Integração estadual entre forças de segurança, sem dependência de diretrizes federais.
“Enquanto o Brasil vive sob o sequestro das facções, em Goiás o cidadão tem segurança assegurada”, declarou.
Crítica à oportunismo federal
O governador sugeriu que a PEC foi apresentada apenas por pressão popular: “O governo Lula agiu quando viu a demanda por medidas contra a violência, mas não há solidez no plano”. A declaração reforça o discurso que deve pautar sua pré-campanha presidencial, com foco em Segurança Pública e autonomia estadual.
Contexto: As falas ocorrem em meio a sequências de ataques criminosos em estados como Rio de Janeiro e Amazonas, onde facções expandiram controle territorial e econômico. Enquanto isso, Caiado busca consolidar Goiás como “vitrine” de gestão — estratégia que pode definir seu projeto nacional.
Próximos passos: A PEC segue em discussão no Congresso, enquanto o governador deve reforçar suas propostas em agendas pelo País.