As novas tarifas comerciais anunciadas por Donald Trump, que chegam a 125% sobre produtos chineses, já mostram impactos devastadores na indústria da China. Imagens e relatos vindos do país revelam um cenário de fábricas fechadas, operários afastados e produção em colapso, especialmente nas regiões industriais de Jiangsu e Zhejiang.
Em Jiangsu, uma operária relatou que sua empresa entrou em “hiato forçado”, com todos os funcionários colocados em férias não remuneradas e recebendo o equivalente a apenas 40 ou 50 yuans por fim de semana como ajuda emergencial.
Já em Zhejiang, um empresário do setor de equipamentos eletromecânicos, da companhia Taizhou Qiyue, afirmou que os pedidos de exportação foram completamente congelados após o anúncio das tarifas. “Estamos sem saída. Os Estados Unidos eram nosso principal mercado. Agora, não temos para quem vender”, disse.
A reação imediata escancara a fragilidade do modelo chinês, baseado em mão de obra barata e produção em massa para o mercado externo, especialmente o americano. A dependência da China em relação às exportações expõe um sistema que, segundo analistas, não é autossuficiente e entra em colapso sem o fluxo de comércio com os EUA.
Fim do jogo sujo?
Durante décadas, a China acumulou poder econômico explorando trabalho em condições precárias e mantendo uma política comercial agressiva. Agora, diante da pressão tarifária norte-americana, a “grande fábrica do mundo” enfrenta o próprio colapso.
“Sem exportação, não há produção. Sem produção, não há salários. O comunismo chinês não sustenta a economia real”, dizem analistas de mercado.
A mensagem de Trump é clara: os EUA querem recuperar sua soberania industrial e mostrar quem dita as regras do comércio global. A nova guerra comercial parece apenas começar — mas seus primeiros alvos já caem diante do impacto.
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