Ao ser pressionada sobre dados ambientais e sociais da região Norte, a ministra do Meio Ambiente classificou cobranças como “ataques pessoais” e deixou a sessão sob protestos. Alegou que sofreu agr
A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, interrompeu sua participação em audiência pública na Comissão de Infraestrutura do Senado nesta quarta-feira após acirrado debate com parlamentares. O conflito começou quando a ministra foi questionada sobre dados desatualizados referentes a conflitos fundiários e mortes no Pará – ela citou estatísticas de 2016, enquanto senadores apresentaram números recentes que contradiziam sua fala.
O Conflito
Ao ser confrontada pelo senador Zequinha Marinho (PL-PA) sobre subnotificação de mortes na Amazônia – ele afirmou haver 15 mil óbitos registrados no estado, contra seis mencionados pela ministra –, Silva reagiu:
“Não aceitarei que tentem determinar meu lugar por ser mulher, preta e de origem humilde. Estou aqui por mérito”, declarou, antes de deixar a sessão sob aplausos de apoiadores e vaias de opositores.
Parlamentares criticaram a postura:
“É inaceitável uma ministra fugir do debate técnico. Seus dados estão defasados em quase uma década”, disse o senador Confúcio Moura (MDB-RO).Os Dados em Disputa
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Ministra: Citou relatório de 2016 sobre violência agrária, com seis mortes no Pará.
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Senadores: Apresentaram dados do Conselho Indigenista Missionário (Cimi) de 2024, com 15 mil mortes por conflitos na região Norte.
Repercussão
Especialistas ouvidos pela reportagem apontam que o embate reflete:
✔️ Falta de atualização de bases do Ministério do Meio Ambiente.
✔️ Tensão política entre governo e bancada ruralista.
✔️ Estratégia de defesa da ministra ao associar críticas a preconceito.
Próximos Passos:
A comissão marcou nova audiência para discutir fontes de dados. Enquanto isso, a pasta prometeu “revisar estatísticas”.