Fontes próximas ao Departamento de Estado revelaram que a resposta dos Estados Unidos aos esforços diplomáticos do Brasil foi considerada “too late” (tarde demais), indicando frustração com a falta de iniciativas brasileiras para estabelecer canais de diálogo desde janeiro. A insatisfação americana ganha contornos concretos com o cancelamento de vistos de juízes brasileiros e seus familiares, em uma medida vista como retaliação às recentes decisões judiciais no Brasil.
A versão contrasta com as declarações do Itamaraty, que afirma ter feito múltiplas tentativas de aproximação, incluindo uma carta enviada em 16 de maio que, segundo o governo brasileiro, nunca foi respondida. Enquanto as relações bilaterais enfrentam um dos momentos mais delicados das últimas décadas, fontes apontam que a Casa Branca está acelerando a concessão de residência permanente ao deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Atualmente radicado no Texas e com frequentes viagens a Miami, Eduardo Bolsonaro conta com o apoio da Universidade Internacional da Flórida e do Centro Adam Smith, instituição financiada pelo governador da Flórida, Ron DeSantis. O trâmite acelerado do visto de residência é visto como um gesto político em meio ao acirramento das tensões.
Escalada de Medidas Contra o Brasil
De acordo com Cristina Rosales, ex-assessora dos governos Trump e Biden no Departamento de Estado, os EUA planejam uma “escalada de medidas” contra o Brasil. As próximas etapas podem incluir:
-
Congelamento de ativos de autoridades brasileiras em território americano;
-
Sanções secundárias contra instituições financeiras que mantenham negócios com as autoridades visadas;
-
Manutenção das tarifas de 50% sobre produtos brasileiros, previstas para vigorar a partir de 1º de agosto.
A situação coloca as relações bilaterais em um patamar de crise, com repercussões econômicas e políticas para ambos os países. Enquanto o governo brasileiro insiste na disposição ao diálogo, as ações americanas sugerem um endurecimento que pode se aprofundar nos próximos meses.
(Com informações de fontes diplomáticas e governo dos EUA)