rasília viveu mais um dia de caos político nesta quarta-feira (XX/XX), quando parlamentares alinhados ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) travaram as sessões do Senado Federal e da Câmara dos Deputados em um protesto encenado contra suposta “censura”. A ação ocorreu justamente no dia da retomada dos trabalhos legislativos, adiando a votação de projetos essenciais para o país.
Teatro da “censura”: parlamentares usam esparadrapo na boca
Em uma cena que misturou dramatização e obstrução, deputados e senadores colaram esparadrapos na boca – alguns até nos olhos – para simular que estariam sendo “silenciados”. A ironia é que, enquanto alegam censura, bloqueiam pautas prioritárias, como:
✔️ Isenção de IR para quem ganha até R$ 5 mil
✔️ Votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) 2026
✔️ Regulamentação de apostas online (bets)
✔️ Tributação de investimentos isentos, como Letras de Crédito Agropecuário
✔️ Mineração em terras indígenas
Defesa de Bolsonaro vira prioridade, e país fica em segundo plano
A movimentação ocorre dias após o STF decretar a prisão domiciliar de Bolsonaro, réu por tentativa de golpe de Estado após os ataques de 8 de janeiro de 2023. Com o ex-presista cada vez mais perto de uma possível condenação, seus aliados no Congresso tentam forçar a pauta da anistia – rejeitada por 55% dos brasileiros, segundo o Datafolha.
A estratégia, porém, não tem relação com o Legislativo, já que o processo corre no Judiciário. Mesmo assim, a bancada bolsonarista prefere proteger o clã Bolsonaro a discutir projetos que impactam milhões de brasileiros.
Reações: oposição critica e Goiás se surpreende
Enquanto a oposição classificou o protesto como “patético” e “desrespeitoso”, alguns deputados de Goiás foram pegos de surpresa pela obstrução. A medida também esvaziou as mesas diretoras, já que os bolsonaristas ocuparam os plenários para impedir a votação de qualquer pauta.
O que esperar agora?
Com o Congresso paralisado, a tendência é que temas urgentes fiquem empacotados até que a crise se resolva. Enquanto isso, o Brasil perde tempo com um conflito político-institucional que só beneficia quem quer fugir das consequências de seus atos.