Uma lei municipal que proíbe o funcionamento de distribuidoras de bebidas em Goiânia após as 23h59 tem gerado fortes impactos econômicos e sociais no setor. De acordo com Franciely Gomes, secretária-geral da recém-criada Associação de Distribuidoras e Empórios de Bebidas do Estado de Goiás (Adebego), a medida resultou em uma queda de 55% a 60% na receita dos estabelecimentos e numa redução de aproximadamente 30% no número de empregos formais no segmento.
“São números que mostram que muitas famílias foram vítimas dessa tentativa de nos marginalizar e de nos culpar pela criminalidade”, declarou Franciely. A Adebego estima que existam atualmente 3,5 mil distribuidoras com CNPJ regularizado na capital, número que pode quase dobrar ao se considerar os empresários informais. A entidade foi formalmente instituída no dia 20 de outubro, após uma reunião de fundação no dia 8, com o objetivo de representar e defender os interesses da categoria.
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Diante da situação, parlamentares têm buscado soluções. O vereador Bruno Diniz relatou que esteve em audiência com o prefeito Sandro Mabel, que pediu para que o setor apresentasse alternativas à lei vigente.
A proposta que atualmente tem a preferência do setor é o Projeto de Lei do vereador Tião Peixoto (PSDB), que permitiria o funcionamento até as 4h59, mas com a proibição de atendimento presencial após a meia-noite. Franciely Gomes reconhece que a aprovação do texto na íntegra é improvável, mas sinaliza a disposição da categoria em negociar um horário limite alternativo, como até as 3h da manhã.
Há outros dois projetos em tramitação: um de Bruno Diniz, que estende o funcionamento até 1h, e outro de Igor Franco, que permite operar até 2h. No entanto, a Adebego avalia que nenhuma dessas propostas atende plenamente às necessidades do setor, que segue em busca de um acordo que minimize os prejuízos sem descuidar das questões de segurança pública.
