DECISÃO DO PAPA LEÃO XIV ENCERRA DÉCADAS DE DEBATE TEOLÓGICO E ALINHA-SE COM A VISÃO DE PAPAS ANTERIORES
CIDADE DO VATICANO – O Vaticano publicou nesta terça-feira (4) um novo decreto doutrinário que proíbe oficialmente os fiéis de se referirem à Virgem Maria com o título de “corredentora”. A medida, aprovada pelo Papa Leão XIV, visa preservar a clareza da fé cristã, reafirmando de maneira inequívoca que a salvação da humanidade é uma obra exclusiva de Jesus Cristo.
O documento, emitido pela Doutrina da Fé, argumenta que o termo “corredentora”, embora utilizado por alguns setores da Igreja ao longo de décadas, pode levar a “confusão e desequilíbrio na harmonia das verdades da fé cristã”. A instrução salienta que, apesar do papel único e essencial de Maria como mãe do Salvador e intercessora, a redenção é um ato singular e completo de Cristo.
O debate em torno do título remonta ao pontificado de São João Paulo II, que, apesar de ter usado a expressão em alguns de seus discursos, acabou por abandoná-la após ponderações da própria Doutrina da Fé. Seus sucessores, Bento XVI e o Papa Francisco, mantiveram a mesma posição contrária. Francisco, que faleceu em 2019, chegou a classificar a ideia de Maria como corredentora como “loucura”, enfatizando que a mãe de Jesus “nunca quis tirar nada do filho para si”.
A nova diretriz, no entanto, é cuidadosa em reconhecer a importância singular de Maria. O texto destaca que, ao aceitar ser a mãe do Messias, ela “abriu as portas da Redenção que toda a humanidade aguardava”, reafirmando seu papel de mediadora espiritual, mas sempre subordinado à obra redentora de seu filho.
A decisão é vista como um passo significativo para uniformizar a linguagem teológica e a prática devocional em toda a Igreja Católica, encerrando uma controvérsia que dividia teólogos e fiéis.
