O senador Jorge Kajuru (PSB-GO) atravessa o pior momento de sua carreira pública. Dados de pesquisas eleitorais recentes apontam o parlamentar como o nome mais rejeitado na corrida ao Senado por Goiás. A projeção de votação é tão baixa que, em análises de bastidores, avalia-se que ele sequer teria competitividade para uma vaga na Câmara dos Deputados. O que parecia um projeto político sólido desmorona sob o peso de escolhas controversas e rupturas sucessivas.
A trajetória de Kajuru nos últimos anos é um estudo de caso sobre erosão política. Eleito em 2018 com o apoio da direita goiana, o senador gradualmente virou as costas para sua base eleitoral original. Sua migração para o campo do governo Lula foi vista com desconfiança e rotulada de oportunista por parte significativa dos eleitores que o conduziram ao cargo. Esse movimento, somado a uma série de rompantes verbais que ofenderam figuras públicas e até mesmo a população goiana, resultou em um isolamento quase completo.
Analistas políticos apontam que Kajuru falhou em construir alianças duradouras ou cultivar lealdades. “Ele queimou pontes com antigos aliados, desfez-se de assessores históricos e agiu de forma solitária. Prometeu fazer Brasília tremer, mas seu barulho não se traduziu em resultados concretos ou em construção institucional”, observa um cientista político da região Centro-Oeste.
O resultado é um descrédito profundo. A imagem pública do senador está associada à incoerência e à instabilidade. Sem capital político e sem confiança do eleitorado, Kajuru colhe os frutos amargos de sua própria trajetória: um desgaste irreversível e uma crescente irrelevância eleitoral. Seu futuro na política institucional aparece, no atual cenário, seriamente comprometido, configurando um epílogo melancólico para um mandato que começou com grande visibilidade e termina no isolamento.
