26 de abril de 2025
Artigo

A Crise na Saúde de Goiânia: Falhas de Gestão e a Responsabilidade do Legislativo Municipal

A saúde pública em Goiânia enfrenta uma crise sem precedentes, caracterizada pela falta de insumos, atraso no pagamento a credenciados e fornecedores, e a precariedade estrutural das unidades de atendimento. Como técnico de enfermagem, estudante de Enfermagem e Direito, e ex-coordenador técnico do CIAMS Novo Horizonte, acompanhei de perto os impactos dessa situação alarmante, que reflete anos de gestão pública ineficaz e negligente.

Nos últimos meses, o cenário nas unidades de saúde tornou-se insustentável. Pacientes enfrentam filas intermináveis, profissionais de saúde estão sobrecarregados, e, frequentemente, faltam materiais básicos para procedimentos essenciais. A ausência de planejamento e gestão eficiente coloca em risco a vida de milhares de cidadãos que dependem exclusivamente do sistema público de saúde.

A crise atual não é fruto de um único problema, mas sim de um conjunto de fatores. Entre eles, destacam-se a escassez de recursos financeiros destinados ao setor, o atraso no repasse de verbas para fornecedores e credenciados, e a falta de investimentos em infraestrutura. Essa realidade afeta diretamente a qualidade do atendimento, comprometendo a dignidade de pacientes e profissionais da área.

Desafios enfrentados pelos profissionais de saúde
Os trabalhadores da saúde estão na linha de frente dessa crise, enfrentando desafios diários para oferecer atendimento digno à população. Médicos, enfermeiros, técnicos e outros profissionais acumulam funções, lidam com a ausência de insumos básicos e ainda convivem com a pressão psicológica de atuar em condições adversas.

Mesmo diante das dificuldades, esses profissionais têm se desdobrado para minimizar os impactos da crise. Contudo, o esforço individual não é suficiente para suprir as lacunas deixadas por uma gestão pública ineficaz.

Caminhos para superar a crise
Para reverter o quadro, é essencial que as autoridades invistam em uma gestão transparente e eficiente. Entre as medidas prioritárias, estão:

  1. Regularização dos pagamentos atrasados a fornecedores e credenciados, garantindo o abastecimento de insumos básicos.
  2. Fortalecimento da infraestrutura das unidades de saúde, com reformas e ampliação dos espaços de atendimento.
  3. Valorização dos profissionais da saúde, com melhores condições de trabalho e remuneração digna.
  4. Implementação de um planejamento estratégico de médio e longo prazo, focado na sustentabilidade e eficiência do sistema de saúde.

A saúde pública é um direito constitucional e um pilar essencial para o bem-estar da população. Goiânia precisa urgentemente de uma gestão comprometida e responsável, que priorize a vida e a dignidade dos cidadãos.

Enquanto profissional e cidadão, reafirmo meu compromisso em continuar lutando pela melhoria das condições de trabalho na saúde pública e pelo atendimento de qualidade que a população merece. A saúde de Goiânia não pode esperar mais.

Por Michel Lima.

1 Comentário

  • Divino Gomes Vieira 13 de janeiro de 2025

    Parabéns, Michel pelo excelente artigo!
    Eu vivo essa realidade de desrespeito e descaso com a saúde. Tenho 74 anos e estou a dois anos aguardando uma cirurgia de troca de prótese do quadril, o que me tem causado terríveis dores, sem esperança de ser atendido, recorri ao ministério público em setembro de 2024 e, no entanto, até agora não obtive solução. Assim é a saúde em Goiânia. Por isso seu artigo vem de encontro a uma triste realidade na saúde em Goiânia.

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