Dados atualizados do Cadastro Único (CadÚnico) revelam que o Brasil chegou a 94 milhões de pessoas dependentes de programas sociais federais — o equivalente a quase metade da população do país e um número próximo à população total de nações como o Egito.
O cenário, referente ao início do segundo semestre de 2024, mostra que sete em cada dez brasileiros em idade ativa (entre 15 e 64 anos) estão inscritos em benefícios como o Bolsa Família, que responde pelo auxílio à mais da metade desse grupo. O programa, que garante subsistência básica a milhões de famílias, tornou-se um dos principais pilares de sustento em meio a uma economia ainda marcada pela baixa renda e desigualdade social.
Os gastos com programas sociais atingiram cerca de meio trilhão de reais anuais, valor financiado principalmente por meio de maior arrecadação tributária. Esse montante reflete não apenas o papel crucial dos benefícios na redução da pobreza extrema, mas também a dependência estrutural de parte significativa da população em relação ao governo.
Especialistas alertam que, embora essenciais para mitigar crises e proteger grupos vulneráveis, os programas precisam ser acompanhados de políticas públicas que estimulem a geração de emprego e a autonomia econômica. A longo prazo, o desafio será equilibrar o apoio emergencial com medidas que promovam o crescimento sustentável e a redução da desigualdade.
O Brasil segue, assim, em um caminho delicado: entre a necessidade imediata de amparar quase metade de sua população e a urgência de construir bases econômicas que permitam reduzir essa dependência no futuro.
📊 Fonte: Cadastro Único (CadÚnico) – Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social.
📌 Contexto: Dados consolidados até julho de 2024.