Uma sensação de desalento toma conta dos lares brasileiros diante do cenário econômico atual. Pesquisa Datafolha divulgada nesta quarta-feira (XX) revela que 77% dos brasileiros avaliam que a economia piorou nos últimos meses, enquanto apenas 9% enxergam melhora – o maior nível de pessimismo desde 2022. A percepção de deterioração econômica atravessa todas as regiões e classes sociais, mas é especialmente aguda entre as famílias de baixa renda.
Inflação e desemprego alimentam temores
O estudo mostra que os principais motivos para o mal-estar econômico são a alta de preços de alimentos e combustíveis e o aumento do desemprego em vários estados. Dona Maria de Souza, diarista de 54 anos de Goiânia, resume o sentimento: “Antes eu comprava carne toda semana, hoje só frango e ovo. O gás subiu de novo, e meu marido está há meses sem trabalho fixo”. Casos como o dela se multiplicam pelo país.
Futuro gera mais apreensão que esperança
O pessimismo não se limita ao presente: 62% dos entrevistados acreditam que a situação pode piorar ainda mais nos próximos meses. Essa percepção se reflete no consumo – 68% dizem ter reduzido gastos com lazer e 54% adiaram planos como trocar de carro ou fazer reformas.
Contrastes regionais
Enquanto no Sudeste a preocupação dominante é com a volatilidade do mercado financeiro, no Nordeste o foco recai sobre o colapso de programas sociais em várias cidades. Já no Centro-Oeste, produtores rurais reclamam dos custos de insumos agrícolas, que comprometem safras mesmo com commodities em alta.
Especialistas apontam causas múltiplas
Economistas consultados destacam que o cenário combina:
✔️ Retomada lenta pós-pandemia
✔️ Guerras internacionais impactando commodities
✔️ Instabilidade política interna
“Estamos num ciclo onde a inflação corrói rendas antes mesmo da recuperação chegar”, analisa a professora de economia da UFMG, Ana Lúcia Martins.
Sinais contraditórios desafiam previsões.
Paradoxalmente, alguns indicadores oficiais como PIB e taxa de câmbio mostram leve melhora, mas isso não se traduz em alívio para o cidadão comum. “Quando o pão francês custa R$ 1,20 na padaria, gráficos macroeconômicos pouco consolam”, ironiza o microempresário Carlos Henrique, de Brasília.
A pesquisa ouviu 2.023 pessoas em 147 municípios entre os dias XX e XX, com margem de erro de 2 pontos percentuais. Os dados completos estarão disponíveis no site do Datafolha a partir das 18h desta quarta-feira.
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