Os cardeais que participarão do conclave secreto para eleger o novo líder da Igreja Católica começaram a se hospedar em duas residências do Vaticano nesta terça-feira (6), onde ficarão completamente isolados do mundo exterior até a escolha do sucessor do Papa Francisco. O processo, marcado por sigilo e tradição, terá início na tarde desta quarta-feira (7) na Capela Sistina, com os 133 cardeais eleitores – todos com menos de 80 anos – decidindo quem comandará os 1,4 bilhão de fiéis católicos.
A sucessão de Francisco, falecido no mês passado, é considerada aberta, sem um favorito claro. Apesar de alguns nomes terem circulado como possíveis candidatos, muitos cardeais afirmam que o resultado é imprevisível. “O conclave é profundo e misterioso. Não posso dar nenhuma pista sobre quem está por vir”, disse o arcebispo de Washington, D.C., cardeal McElroy.
Divisões e expectativas
O conclave reflete tensões dentro da Igreja: enquanto um grupo busca continuar as reformas de Francisco, focando em transparência e inclusão, outros defendem um retorno a raízes mais tradicionais, com ênfase na doutrina.
A eleição pode levar dias, exigindo múltiplas votações até que um candidato atinja a maioria de dois terços. Durante o processo, os cardeais ficarão confinados, sem acesso a notícias ou comunicação externa, sob juramento de sigilo.
Diversidade sem precedentes
Este será o conclave mais diverso da história, com representantes de 70 países – reflexo da política de Francisco de nomear cardeais de nações antes não representadas, como Haiti, Sudão do Sul e Mianmar.
O cardeal japonês Tarcisio Isao Kikuchi revelou ao La Repubblica que os 23 cardeais asiáticos podem votar em bloco, estratégia diferente da adotada pelos europeus, que costumam se dividir por afinidades nacionais.
Com a Capela Sistina pronta para receber os eleitores, o mundo aguarda a fumaça branca que anunciará: Habemus Papam.