Após a realização de uma vistoria conjunta com o Ministério Público de Goiás (MPGO) foi determinada a interdição do Centro Terapêutico Estrela da Manhã, localizado na Vargem Bonita, Vicinal III, em Senador Canedo.
Estiveram presentes na vistoria, além do promotor de Justiça Glauber Rocha Soares, a secretária auxiliar Lidiane Gabrielle Santos e assistente de promotoria de Justiça Clariceana de Jesus Santana, ambas do MPGO, bem como os fiscais João Ferreira de Morais e equipe, da Superintendência de Vigilância em Saúde (Suvisa); Simone Rodrigues de Morais, da Vigilância Sanitária Municipal; Veroni Isabel, diretora do Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas); Stephânia Siqueira Rosa, diretora de Saúde Mental do Centro de Atenção Psicossocial (Caps); e uma assistente social. A Guarda Civil Municipal também prestou apoio à ação.

Em diligência, foram vistoriados todos os alojamentos, onde diversas irregularidades foram constatadas, como a presença de percevejos, beliches em péssimas condições, colchões deteriorados, estrados quebrados e falta de ventilação. Em resumo, as acomodações foram classificadas como precárias no relatório das autoridades.
O documento também destacou que “o local destinado ao armazenamento de medicamentos é precário ou inexistente e nem todos os internos têm acesso à medicação, sendo que há poucos medicamentos disponíveis”. A técnica em enfermagem do centro terapêutico relatou durante a vistoria que os familiares têm que arcar com os custos das consultas e medicamentos e os próprios internos ficam responsáveis em ministrar a medicação comprada.
Na cozinha, foi verificado que a compra de alimentos havia sido realizada recentemente e que a preparação das refeições era feita pelos próprios residentes. No entanto, as poucas verduras encontradas não tinham local adequado para armazenamento. Alguns internos relataram serem trancados nos quartos, impedidos até mesmo de beber água, o que os levava a não querer permanecer no local, devido às frequentes humilhações que sofriam. Segundo o relatório, em ocasiões anteriores, as famílias se reuniam aos fins de semana para churrascos, mas os internos que não contribuíam com carne ou outros itens para a celebração eram novamente trancados e impedidos de participar da atividade.
Internos relataram que solicitam limpeza do local devido a picadas de insetos, que provocam alergias graves e coceiras constantes. Também foram identificados internos utilizando tornozeleiras eletrônicas. Segundo o promotor, “a suposta finalidade da clínica é atender a dependentes químicos; todavia, grande parte dos internos era de idosos”.
Com a interdição, foi estabelecido um prazo para os familiares retirarem os internos, e as assistentes sociais, em conjunto com o Centro de Atenção Psicossocial (Caps), fariam os encaminhamentos para locais adequados. (Texto: Cristiani Honório/Assessoria de Comunicação Social do MPGO – Fotos: 1ª PJ de Senador Canedo)