Em uma sessão tumultuada na Câmara Municipal de Goiânia nesta terça-feira, dois vereadores protagonizaram embates diretos contra falas do prefeito Sandro Mabel, revelando uma crise política agravada pela instalação da CPI que investiga contratos de limpeza urbana da capital.
O vereador Coronel Urzeda usou a tribuna para alertar sobre a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga a empresa Limpa Gyn, responsável pelos serviços de limpeza na cidade. Urzeda afirmou que existem “muitas denúncias” sobre a qualidade dos serviços e declarou que, ao longo dos 120 dias de investigação, a comissão “pode dar em nada ou dar em tudo”. A CPI, presidida pelo vereador Wilian Veloso, deve apresentar em breve as denúncias formais contra a empresa, representada pelo senhor Renan.
O clima se agravou quando o vereador Igor Franco reagiu duramente às declarações recentes do prefeito Mabel, que o chamou de “infiel ao governo” por apoiar a CPI da limpeza. Visivelmente exaltado, Franco rebateu as acusações e exigiu respeito: “Mentiroso! Onde estão os cargos que Mabel disse que eu tinha na prefeitura?”. O vereador desafiou publicamente o prefeito: “Que coloquem o meu nome e o dele para ver quem tem um histórico pregresso de situações adversas e vergonhosas”.
A crise política se intensifica em um momento delicado para a administração municipal. Sandro Mabel tem enfrentado resistência crescente da Câmara Municipal e demonstrações públicas de insatisfação. Recentemente, o prefeito foi vaiado duramente durante evento na capital, reflexo do descontentamento popular com questões como o acúmulo de lixo e a qualidade dos serviços urbanos.
A instalação da CPI da Limpa Gyn amplia a pressão sobre o executivo municipal, que agora precisa responder não apenas às críticas sobre a gestão da limpeza urbana, mas também ao acirramento do embate político com o legislativo. A situação expõe a ruptura na relação entre prefeitura e câmara, e coloca em xeque a governabilidade da capital em meio às investigações sobre os contratos de limpeza.
Enquanto a CPI avança, a população aguarda respostas sobre os serviços de limpeza urbana e observa o desenrolar de uma crise política que parece longe de terminar.