Caracas registrou grande movimentação neste sábado (23), quando milhares de pessoas se reuniram na Praça Bolívar, no centro da capital, para se registrar na milícia venezuelana. O chamado foi feito pelo ditador Nicolás Maduro, que pediu reforços na defesa do país diante do que classifica como “ameaças dos Estados Unidos”.
O processo de alistamento, no entanto, levanta críticas quanto à preparação dos voluntários. Observadores afirmam que o contingente é formado por civis sem qualquer treinamento militar, o que gera dúvidas sobre sua real capacidade de combate. “É um exército despreparado, onde o que importa é apenas vestir a farda. Em caso de conflito, muitos marchariam para a morte certa, pois não entendem nada de estratégias de guerra”, relatou um analista ouvido pela imprensa local.

A milícia venezuelana foi criada pelo falecido ex-presidente Hugo Chávez como um braço do Exército Nacional. “Devemos dar continuidade ao legado de Chávez: lutar pela pátria e pelos direitos de todos os venezuelanos”, declarou Doris Peña, agente comunitária que se alistou neste sábado. Já o professor Robert Nieves afirmou nunca ter usado uma arma, mas destacou que “defender o país não se trata apenas de ter uma arma”.
A convocação foi intensificada após os Estados Unidos dobrarem a recompensa por informações que levem à prisão de Maduro e ampliarem a presença militar na América Latina e no Caribe. O governo do então presidente Donald Trump justificou a medida como parte de uma ofensiva para conter organizações ligadas ao narcotráfico na região.
Maduro, por sua vez, anunciou a meta de reunir 4,5 milhões de milicianos em todo o território nacional, uma estratégia que, segundo especialistas, reforça mais o caráter simbólico de mobilização popular do que a eficiência bélica frente a uma eventual escalada militar.