O ex-tesoureiro do Partido dos Trabalhadores (PT), Delúbio Soares, anunciou nesta semana sua pré-candidatura a Deputado Federal por Goiás nas eleições de 2026. A decisão surpreendeu eleitores e analistas políticos, já que Delúbio não tem raízes no estado e carrega uma extensa ficha criminal, marcada por condenações nos escândalos do Mensalão e da Operação Lava Jato.
Um passado controverso
Delúbio Soares foi uma das figuras centrais do Caso Mensalão, escândalo que abalou o país em 2005. Condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 11 anos de prisão por crimes como corrupção ativa, lavagem de dinheiro e gestão fraudulenta, ele cumpriu parte da pena em regime semiaberto. Posteriormente, foi envolvido na Operação Lava Jato, onde fez delações premia que, em muitos casos, foram consideradas inconsistentes pelas autoridades.
Apesar de algumas absolvições por insuficiência de provas, sua trajetória política e pessoal continua marcada por polêmicas. Agora, ele busca se reinventar na política, mas sua candidatura em Goiás levanta questionamentos sobre sua legitimidade e conexão com o estado.
Candidatura sem raízes
Delúbio Soares não tem histórico de atuação política ou vínculos significativos com Goiás. Natural de Minas Gerais e com carreira política construída em Brasília e outros estados, sua decisão de concorrer no estado goiano é vista por muitos como uma estratégia para aproveitar eventuais brechas eleitorais.
Especialistas apontam que a falta de raízes locais pode dificultar sua campanha. “Eleitor nenhum gosta de candidato ‘parachutista’, principalmente quando há um passado tão controverso envolvido”, afirma o cientista político João Pedro Costa.
Reação dos eleitores e adversários
A notícia da candidatura de Delúbio já começou a gerar reações negativas. Nas redes sociais, eleitores goianos criticam a decisão, destacando sua ficha criminal e a falta de conexão com o estado. “Goiás não é terra de oportunistas. Queremos representantes honestos e comprometidos com nossa realidade”, escreveu uma usuária no Twitter.
Adversários políticos também não pouparam críticas. O deputado federal Fábio Faria (PSD-GO) afirmou que “a população goiana merece respeito e não vai compactuar com candidaturas que representam tudo o que há de errado na política”.
Estratégia eleitoral
Apesar das críticas, Delúbio parece confiante. Em entrevista coletiva, ele afirmou que sua candidatura é “um projeto de redenção e reconstrução”. “Errei no passado, mas estou disposto a contribuir para um futuro melhor. Goiás é um estado que admiro e onde quero servir”, declarou.
Analistas acreditam que ele pode tentar capitalizar o apoio de setores do PT ainda fiéis a sua figura, além de buscar votos em regiões menos familiarizadas com seu histórico. No entanto, sua estratégia enfrentará desafios significativos, especialmente em um estado tradicionalmente conservador como Goiás.
O que diz a lei
A legislação eleitoral brasileira permite que candidatos com condenações transitadas em julgado concorram a cargos públicos, desde que não estejam inelegíveis pela Lei da Ficha Limpa. No caso de Delúbio, suas condenações não o impedem formalmente de disputar as eleições, mas sua imagem pode pesar na decisão dos eleitores.
Conclusão
A candidatura de Delúbio Soares a Deputado Federal por Goiás promete acender debates sobre ética na política e a capacidade de reinvenção de figuras polêmicas. Enquanto ele busca uma nova chance, os eleitores goianos terão a palavra final nas urnas.
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Confira a ficha corrida de Delúbio Soares.
1. Caso Mensalão (2005)
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Contexto: Delúbio foi acusado de participar de um esquema de desvio de recursos públicos para pagar parlamentares e outros partidos em troca de apoio político ao governo federal.
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Problemas Processuais:
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Delação Premiada: Delúbio fez uma delação premiada, fornecendo detalhes sobre o esquema, o que complicou sua situação processual, pois confirmou sua participação ativa.
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Condenação: Em 2012, foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 11 anos de prisão por crimes como corrupção ativa, lavagem de dinheiro e gestão fraudulenta.
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Recursos: Após a condenação, ele tentou recorrer, mas a maioria das decisões foi mantida, e ele cumpriu parte da pena em regime semiaberto.
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2. Operação Lava Jato (2014 em diante)
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Contexto: Delúbio foi investigado por supostamente receber propinas relacionadas a contratos da Petrobras e outros esquemas de corrupção.
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Problemas Processuais:
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Delação Contestada: Ele fez nova delação, mas desta vez suas declarações foram consideradas inconsistentes e pouco confiáveis pela força-tarefa da Lava Jato.
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Problemas de Provas: Em alguns casos, a falta de provas concretas levou à absolvição ou ao arquivamento de processos contra ele.
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Condenações e Absolvições: Em alguns processos, foi condenado por lavagem de dinheiro e corrupção, mas em outros, foi absolvido por insuficiência de provas.
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3. Questões Gerais
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Credibilidade: Suas delações premia foram frequentemente questionadas, tanto pela defesa de outros réus quanto pelos próprios procuradores, o que gerou instabilidade em seus processos.
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Prescrição: Em alguns casos, os crimes prescreveram antes da conclusão do julgamento, o que beneficiou Delúbio.
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Regime Prisional: Ele cumpriu parte da pena em regime semiaberto, o que gerou debates sobre a adequação da punição em relação à gravidade dos crimes.
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