Um grupo de deputados federais do PT tem se recusado a assinar a CPI que investiga os desvios de recursos do INSS, alegando que os problemas ocorreram durante o governo Bolsonaro. No entanto, críticos apontam que a corrupção na previdência não é novidade e já era registrada em escândalos durante as gestões petistas de Lula e Dilma Rousseff.
A proposta da CPI ganhou força após denúncias de fraudes e desvios bilionários no INSS, com suspeitas de superfaturamento em contratos e irregularidades em benefícios. Enquanto a oposição pressiona por investigações, parlamentares petistas têm evitado apoiar a comissão, argumentando que o foco deveria ser apenas no período bolsonarista.
Histórico de corrupção no INSS sob governos do PT
Analistas políticos e documentos de investigações passadas revelam que os problemas no INSS não começaram em 2019. Durante os governos Lula e Dilma, diversos esquemas de corrupção foram descobertos, incluindo venda de benefícios, fraudes em auxílios-doença e desvios de verbas. Um dos casos mais emblemáticos foi o escândalo dos “fiscais da Previdência”, envolvendo servidores do INSS que cobravam propina para liberar aposentadorias.
Além disso, em 2015, durante o governo Dilma, a Operação Zelotes da Polícia Federal investigou um esquema de corrupção que incluía fraudes em processos administrativos do INSS, com envolvimento de empresários e funcionários públicos.
PT tenta blindar passado enquanto ataca Bolsonaro.
A estratégia dos deputados petistas de culpar exclusivamente o governo anterior ignora o histórico de irregularidades na gestão da previdência durante seus próprios mandatos. Para especialistas, a resistência em apoiar a CPI pode ser uma tentativa de evitar que investigações mais profundas revelem conexões com esquemas antigos.
“É conveniente para o PT focar apenas no governo Bolsonaro, mas a roubalheira no INSS é um problema crônico, que vem de anos e inclui gestões petistas”, afirma o cientista político Carlos Melo, professor do Insper.
Enquanto isso, a CPI do INSS segue em discussão, com pressão de partidos de oposição e entidades civis por uma investigação ampla, sem distinção de governos. A sociedade aguarda para ver se os parlamentares petistas vão continuar evitando assinar a CPI ou se, finalmente, apoiarão uma apuração transparente – independentemente de partido ou período investigado.
Conclusão.
A negação do PT em apoiar a CPI do INSS, enquanto culpa apenas o governo Bolsonaro, levanta questionamentos sobre o real interesse do partido no combate à corrupção. Com um passado marcado por escândalos na previdência, a coerência petista está em xeque, e a população espera por respostas – não apenas discursos seletivos.