26 de abril de 2025
Brasil

Disputa nas ruas: governo e oposição se mobilizam sobre anistia a condenados de 8 de janeiro

A discussão sobre o futuro do projeto de lei que propõe anistia para os condenados e processados pelos ataques de 8 de janeiro de 2023 tem gerado um embate entre governo e oposição. As mobilizações populares se tornaram estratégicas para ambas as partes, que buscam demonstrar apoio social às suas posições.

No último domingo, manifestações favoráveis à anistia reuniram multidões pelo país. Segundo a Polícia Militar do Rio de Janeiro, cerca de 400 mil pessoas participaram dos protestos. “Foi um sucesso”, declarou o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, em entrevista à CNN. No entanto, um levantamento da Universidade de São Paulo (USP) apontou que a adesão teria sido de aproximadamente 18 mil pessoas, muito aquém da expectativa dos organizadores, que projetavam um público de 1 milhão de manifestantes.

Em resposta, setores governistas anunciaram uma mobilização contrária à anistia para o dia 30 de março, na Avenida Paulista, em São Paulo. “Sem anistia. Bolsonaro na cadeia. A hora é essa. Nós vamos para as ruas”, afirmou o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) em suas redes sociais. O líder do PL na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante (RJ), rebateu a iniciativa: “Vamos ver quantas pessoas a esquerda vai colocar nas ruas. Vamos ver quem tem o povo de verdade”.

Enquanto a disputa popular se intensifica, a tramitação do projeto de lei segue no Congresso Nacional. O texto já passou pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, mas ainda não tem data definida para votação no plenário. Caso seja aprovado, opositores da anistia já indicaram que recorrerão ao Supremo Tribunal Federal (STF), o que promete manter o debate acirrado nos próximos meses.

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