Relatórios de inteligência dos Estados Unidos sugerem que dois navios iranianos teriam carregado urânio enriquecido no Brasil no início do governo Lula; Itamaraty nega veementemente as acusações.
Relatórios de agências de inteligência dos Estados Unidos acusam o Brasil de ter permitido a venda de urânio enriquecido ao Irã no início do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2023. Segundo as alegações, dois navios iranianos atracaram em um porto brasileiro pouco depois da posse de Lula e teriam carregado o material nuclear. O governo brasileiro rejeitou as acusações, classificando-as como “infundadas” e “sem provas concretas”.
As Alegações dos EUA
Fontes anônimas do setor de inteligência norte-americano afirmam que os navios iranianos MV Parnia e MV Dandi, ambos sob sanções internacionais por suspeita de transporte de armas, estiveram no Brasil entre janeiro e fevereiro de 2023. Os relatórios sugerem que o carregamento incluía urânio enriquecido em grau não declarado, possivelmente destinado ao programa nuclear iraniano.
Os EUA já haviam alertado aliados sobre o risco de o Brasil se tornar uma rota alternativa para o Irã burlar sanções. O país persa é acusado de buscar material para seu polêmico programa nuclear, que Teerã afirma ser para fins pacíficos, mas que potências ocidentais suspeitam ter objetivos militares.
A Resposta do Governo Brasileiro
O Itamaraty emitiu uma nota oficial negando qualquer envolvimento na suposta transferência de urânio. O Ministério das Relações Exteriores afirmou que “o Brasil cumpre rigorosamente todos os tratados internacionais de não proliferação nuclear” e que “não há registro de embarque ilegal de material radioativo”.
Especialistas em segurança nuclear questionam a viabilidade da operação, já que o Brasil possui controles rígidos sobre exportações sensíveis. O país é signatário do Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP) e mantém seu programa atômico sob supervisão da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).
Contexto Geopolítico
A acusação ocorre em um momento de tensão entre Brasil e EUA. O governo Lula tem buscado uma política externa independente, incluindo aproximação com países como Irã, China e Rússia – o que tem gerado desconfiança em Washington.
Analistas sugerem que as alegações podem ser uma manobra política para pressionar o Brasil a alinhar-se mais às posições ocidentais, especialmente em relação ao Irã. Em 2010, o Brasil, sob Lula, mediou um acordo nuclear com Teerã que foi rejeitado pelos EUA.
Próximos Passos
O Departamento de Estado dos EUA ainda não emitiu uma declaração oficial sobre o caso. Enquanto isso, o governo brasileiro exige provas concretas das acusações e ameaça levar o assunto a fóruns internacionais caso as alegações persistam sem fundamentação.
Enquanto isso, a AIEA afirmou que “não há evidências de desvio de material nuclear brasileiro”, mas que acompanha a situação.
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📌 Fontes consultadas: Reuters, The Washington Post, Itamaraty, AIEA.**
