Nesta semana, a Arábia Saudita será palco de uma nova rodada de negociações entre Estados Unidos e Ucrânia, envolvendo um possível cessar-fogo no conflito contra a Rússia. O encontro foi confirmado pelo presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, e pelo enviado especial do governo americano para o Oriente Médio, Steve Witkoff.
O cenário diplomático se intensificou após um debate entre Zelensky e o presidente dos EUA, Donald Trump, no final de fevereiro. Durante uma reunião na Casa Branca, Trump criticou abertamente o líder ucraniano, acusando-o de “jogar com a Terceira Guerra Mundial”. O encontro terminou sem avanços no acordo que permitiria a exploração de minerais ucranianos pelos EUA em troca de apoio militar. Poucos dias depois, a Casa Branca congelou a assistência militar e de inteligência à Ucrânia, aumentando a pressão sobre Kiev.
A suspensão dessa ajuda deve impactar diretamente a capacidade de defesa da Ucrânia, o que gerou reações entre aliados europeus. O governo americano tem sinalizado que o objetivo da medida é forçar Zelensky a aceitar um acordo rápido, que inclui concessões territoriais e a exploração de recursos naturais por empresas dos EUA.
Pressão e novos rumores nas negociações
O enviado de Trump, o general Keith Kellogg, comparou a retirada do apoio militar a um “golpe para chamar a atenção”, indicando que a decisão é uma estratégia para fazer Kiev ceder às descrições americanas. Diante da pressão, Zelensky propôs um tom mais conciliador, afirmando estar pronto para trabalhar sob a “forte liderança” de Trump.
Na sexta-feira (7), o presidente americano fez uma rara crítica à Rússia, ameaçando novas avaliações em resposta aos ataques intensificados contra a Ucrânia. No entanto, o seu governo tem mantido uma postura de cobrança sobre Kiev, evitando debates diretos com Moscou.
Enquanto isso, o chanceler russo, Sergei Lavrov, rejeitou qualquer possibilidade de forças de paz europeias na Ucrânia, classificando a ideia como um “objetivo hostil” do Ocidente. Questionada sobre essa declaração, à porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Tammy Bruce, evitou comentar, reforçando apenas que Zelensky ainda “não está pronto para a paz”, segundo a avaliação de Trump.
Diante desse cenário de impasses e interesses estratégicos, as negociações na Arábia Saudita ganham peso crucial para o futuro do conflito. Resta saber se a pressão sobre Kiev resultará em um acordo ou se o debate diplomático entre os aliados continuará se aprofundando.