26 de abril de 2025
Tecnologia

Fusão Nuclear no Espaço: O Futuro da Propulsão Espacial?

Foguete nuclear

A busca pela fusão nuclear como fonte de energia limpa e ilimitada tem mobilizado cientistas e engenheiros por décadas. Enquanto os reatores terrestres ainda enfrentam desafios para se tornarem viáveis, uma empresa britânica, a Pulsar Fusion, está explorando uma abordagem diferente: realizar a fusão no espaço, não para gerar energia, mas para impulsionar naves a velocidades sem precedentes.

O processo de fusão do Sunbird exigiria apenas gramas de combustível – sob a forma de deutério e hélio-3 – e não produziria quaisquer resíduos radioativos. Pulsar Fusion.

 

O Projeto Sunbird

Com financiamento da Agência Espacial do Reino Unido, a Pulsar Fusion desenvolveu o conceito do Sunbird, um foguete movido a fusão nuclear que poderia reduzir drasticamente o tempo de viagem no espaço.

  • Combustível: Apenas gramas de deutério e hélio-3, sem resíduos radioativos.

  • Velocidade: Potencial para atingir 805.000 km/h, superando a Sonda Solar Parker da NASA (692.000 km/h).

  • Aplicações: Missões a Marte em metade do tempo atual, envio de sondas a Júpiter em 2-4 anos (contra 5,5 anos atuais).

Fusão vs. Fissão

Enquanto a fissão nuclear (usada em usinas atômicas) divide átomos pesados como urânio, a fusão combina elementos leves, como hidrogênio, liberando 4 milhões de vezes mais energia que combustíveis fósseis. O desafio? Criar condições semelhantes ao núcleo de uma estrela – algo mais fácil no vácuo espacial, segundo a Pulsar.

Desafios e Cronograma

A empresa planeja um teste em órbita em 2027, com um protótipo de US$ 70 milhões. Se bem-sucedido, um modelo operacional poderia estar pronto em 4-5 anos.

Várias organizações estão a investigar a utilização da fusão nuclear como fonte de energia na Terra. Na foto, uma secção do JT-60SA, o maior reator experimental de fusão nuclear do mundo, no Instituto de Fusão de Naka, Japão. Philip Fong /AFP/Getty Images.

 

Outras Iniciativas

  • Helicity Space (EUA) e Lockheed Martin também investem em propulsão por fusão.

  • NASA e General Atomics testarão um reator de fissão nuclear no espaço em 2027, visando missões tripuladas a Marte.

Opinião de Especialistas

  • Aaron Knoll (Imperial College London): “A fusão para propulsão não precisa ser energeticamente eficiente, apenas funcional.”

  • Bhuvana Srinivasan (Universidade de Washington): “Se der certo, revolucionará a exploração espacial, permitindo bases lunares e viagens mais rápidas.”

Perspectivas Futuras

A fusão nuclear no espaço ainda enfrenta obstáculos, como a miniaturização de reatores. Porém, seu sucesso poderia redefinir a exploração interplanetária, tornando viagens a Marte e além mais rápidas e eficientes.

O sonho de replicar as estrelas na Terra continua distante, mas no espaço, ele pode estar mais próximo do que imaginamos.

 

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