Com um déficit habitacional estimado em 40 mil moradias, Goiânia enfrenta um dos maiores desafios urbanos de sua história. Para enfrentar esse cenário, a gestão do prefeito Sandro Mabel anunciou um ousado plano de construção de 15 mil unidades habitacionais até o fim do mandato, previsto para 2028.
A iniciativa, considerada uma das maiores já lançadas pela prefeitura na área de habitação, tem como foco atender famílias de baixa renda e reduzir as desigualdades no acesso à moradia digna. O projeto contará com apoio dos governos estadual e federal, além de parcerias com o setor privado.
“Nosso objetivo é garantir que a casa própria se torne realidade para milhares de goianienses, especialmente os mais vulneráveis”, afirmou o secretário municipal de Habitação, Juliano Santana.
Cenário e correções no déficit
Apesar de um cadastro inicial apontar 55 mil famílias inscritas em programas habitacionais do município, um recente cruzamento de dados revelou duplicidades nos registros municipais, estaduais e federais. Com a correção, o déficit real foi ajustado para cerca de 40 mil unidades habitacionais.
Boa parte dessas famílias vive hoje em áreas irregulares, em moradias improvisadas ou enfrenta altos custos com aluguel, o que torna urgente a implantação de novas políticas habitacionais.
Impacto além da moradia
Segundo Juliano Santana, além de reduzir o déficit, o programa vai impulsionar a economia local. “A construção civil será diretamente beneficiada, com geração de empregos e movimentação do comércio de materiais de construção. Isso impacta toda a cadeia produtiva e melhora a qualidade de vida da população”, explicou.
Urbanismo e qualidade de vida
Para o urbanista Leonardo Almeida, o sucesso do programa passa por um bom planejamento urbano. “Não basta construir casas. É preciso garantir que essas moradias estejam inseridas em regiões com infraestrutura adequada, transporte público, escolas e unidades de saúde”, avaliou.
A prefeitura afirma que esse aspecto já está sendo considerado no planejamento, com atenção especial à criação de bairros completos, que ofereçam os serviços públicos essenciais.
Critérios e modelos de financiamento
A seleção das famílias beneficiadas seguirá critérios específicos, com prioridade para aquelas em situação de vulnerabilidade, residentes em áreas de risco ou extrema pobreza. Parte das moradias será entregue gratuitamente, enquanto outras contarão com subsídios e condições facilitadas de financiamento.
“Queremos facilitar o acesso à moradia digna sem comprometer o orçamento das famílias”, destacou o secretário.
Desafios e parcerias
O financiamento do projeto exigirá recursos robustos. Para viabilizá-lo, a prefeitura articula parcerias com as esferas estadual e federal, além de buscar o apoio da iniciativa privada.
“Sabemos que nenhum município consegue enfrentar um déficit habitacional sozinho. Por isso, estamos unindo esforços para garantir que o programa avance”, reforçou Juliano.
Outro desafio é a burocracia, especialmente em processos de regularização fundiária e licenciamento ambiental. A gestão trabalha para desburocratizar etapas e acelerar as obras.
Além disso, está em andamento a unificação dos cadastros habitacionais para evitar fraudes e garantir que as moradias cheguem a quem realmente precisa. “Esse cruzamento de dados é essencial para garantir justiça na distribuição das unidades”, completou o secretário.
Sonho próximo de se tornar realidade
Para muitos goianienses, o projeto habitacional representa a chance de transformar a vida. É o caso de Maria Aparecida, moradora da região Noroeste, que há anos espera por uma oportunidade. “Pagar aluguel está cada vez mais difícil. Ter uma casa minha seria um alívio enorme”, afirmou.
A expectativa da prefeitura é entregar as primeiras unidades já em 2026, com cronograma escalonado até 2028. “Sabemos da urgência do problema e estamos empenhados em entregar essas moradias o mais rápido possível”, concluiu Juliano Santana.