O governo de Donald Trump decidiu encerrar o programa de “permissão humanitária” criado durante a gestão de Joe Biden, que permitiu a entrada legal de mais de 500 mil migrantes de Cuba, Nicarágua, Haiti e Venezuela nos Estados Unidos. A medida, anunciada pelo Departamento de Segurança Nacional (DHS), entrará em vigor em 24 de abril, 30 dias após sua publicação oficial, prevista para 25 de março.
O relatório do DHS justifica a decisão afirmando que o objetivo do programa — aliviar a pressão sobre comunidades, governos locais e ONGs que atendem migrantes na fronteira sul — não foi alcançado. “O objetivo de romper o ‘círculo vicioso’ da imigração ilegal sustenta esta decisão, em favor de novas diretrizes presidenciais que priorizam a segurança fronteiriça”, diz o documento.
Com o fim do programa, os beneficiários perderão suas permissões de trabalho e proteção contra deportação, sendo obrigados a deixar o país ou enfrentar detenção pelas autoridades migratórias.
Implementado em 2022, o parole humanitário buscava reduzir as travessias irregulares pela fronteira com o México, oferecendo uma via legal temporária de dois anos para migrantes com patrocinadores nos EUA que assumissem responsabilidade financeira por eles. Além disso, concedia autorização de trabalho imediata, facilitando a integração econômica.
Embora a medida tenha diminuído a chegada de cubanos, haitianos e venezuelanos, o fluxo de outras nacionalidades continuou, alimentando críticas do Partido Republicano, que acusa o governo Biden de promover políticas migratórias excessivamente permissivas. Agora, a administração Trump opta por intervenções mais rígidas, classificadas no relatório como “mais eficazes no combate à imigração irregular”.
O anúncio deve reacender o debate sobre imigração nos EUA, enquanto milhares de migrantes enfrentam um futuro incerto.