O império religioso construído pelo apóstolo Valdemiro Santiago parece estar com os dias contados. A Igreja Mundial do Poder de Deus, que já foi uma das mais prósperas do país, agora enfrenta uma crise sem precedentes, com uma dívida astronômica de R$ 480 milhões e suspeitas graves de envolvimento com lavagem de dinheiro – inclusive com possíveis ligações ao PCC.
Os números são alarmantes: segundo a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, a igreja acumula dívidas trabalhistas, multas, FGTS e contribuições previdenciárias não pagas. Enquanto isso, testemunhas afirmam à Polícia Federal que a denominação religiosa estaria sendo usada para “esquentar” dinheiro de origem suspeita.
O caso ganhou contornos ainda mais sombrios quando investigações revelaram que um dos denunciantes, o pecuarista Joselito Golin, teria conexões com Willian Agati, figura ligada ao Primeiro Comando da Capital. As revelações jogam uma luz preocupante sobre as operações financeiras da igreja e levantam uma questão perturbadora: até que ponto uma instituição religiosa pode se envolver em atividades ilícitas?
Enquanto a crise se aprofunda, Valdemiro Santiago continua mantendo um padrão de vida luxuoso, com jatinhos particulares e propriedades milionárias – um contraste chocante com as dificuldades financeiras de sua igreja. Templos estão sendo fechados em várias cidades, funcionários reclamam de salários atrasados e fornecedores cobram pagamentos pendentes.
Apesar das evidências, a igreja mantém sua defesa, classificando as acusações como “infundadas” e afirmando cumprir todas as obrigações legais. Mas a pergunta que fica no ar é: como uma instituição que arrecadava milhões em dízimos e doações chegou a essa situação calamitosa?
Enquanto as investigações avançam, fiéis e observadores aguardam ansiosos por respostas. O caso não só ameaça o futuro da Igreja Mundial do Poder de Deus, como coloca em xeque a credibilidade de todo o sistema religioso que permite que situações como esta aconteçam.