O inverno de 2025, que começou no último dia 21 de junho e segue até 22 de setembro, deve registrar mais episódios de frio no centro-sul do Brasil em comparação com os dois anos anteriores. Diferentemente dos invernos recentes, a estação não será influenciada pelos fenômenos El Niño ou La Niña, mas ainda assim trará massas polares mais intensas, com possibilidade de geadas, neve e ao menos mais uma onda de frio entre julho e agosto.
Segundo Alexandre Nascimento, diretor da Nottus Meteorologia, já houve duas ondas de frio em junho, e uma terceira está em curso, com expectativa de pelo menos mais uma até o fim de julho ou início de agosto. “Difícil cravar exatamente quantas, mas eu acredito em pelo menos mais uma depois desta que será a terceira do ano. Para esse ano já era esperado um outono/inverno mais frio do que o normal, devido à ausência do El Niño, que acabou influenciando os dois últimos invernos”, explica.
Uma onda de frio é caracterizada quando as temperaturas ficam, por pelo menos cinco dias seguidos, 5°C abaixo da média. “Só para ter uma ideia, ano passado o inverno foi em média de 3 a 5 graus mais quente do que o normal, e neste ano será algo perto da média. O Pacífico está favorável a isso, e o Atlântico também está favorável ao deslocamento das frentes frias e massas polares”, complementa Nascimento.
Geadas, neve e possíveis recordes de frio
O avanço das massas de ar polar pelo interior do país pode levar a registros de temperaturas mais baixas em 2025, com episódios distribuídos ao longo da estação, sem concentração em um único mês. A previsão indica maior probabilidade de geadas no Sul, Sudeste e Centro-Oeste em relação aos últimos invernos, além de aumento na chance de neve na Região Sul em julho e agosto.
Para o fim da estação, a expectativa é de chuvas no Sudeste e Centro-Oeste, com a formação de corredores de umidade entre agosto e setembro. Apesar do frio mais intenso, a temperatura média do inverno ainda deve ficar acima do padrão histórico em parte do país, com períodos de calor no Centro-Oeste e no Tocantins.
Enquanto os moradores do centro-sul se preparam para dias mais gelados, os meteorologistas reforçam que, mesmo sem a influência de fenômenos climáticos extremos, o inverno de 2025 promete ser mais rigoroso do que os recentes – um alívio para quem sentiu falta do frio tradicional, mas um alerta para agricultores e moradores de regiões propensas a geadas e nevascas.