Israel anunciou, neste domingo (2), a suspensão da entrada de ajuda humanitária em Gaza após o Hamas rejeitar a extensão da primeira fase do cessar-fogo. O acordo, iniciado em janeiro, terminou no sábado (1), após a libertação de dezenas de reféns israelenses e centenas de prisioneiros e detidos palestinos.
O Hamas insistiu em avançar para a segunda fase do acordo, acusando Israel de “manipulação contínua” ao propor uma extensão que abrangeria o mês sagrado do Ramadã e o feriado judaico da Páscoa. A proposta foi apresentada pelo enviado do então presidente dos EUA, Donald Trump, ao Oriente Médio, Steve Witkoff.
“Com a conclusão da Fase A do acordo de reféns e diante da recusa do Hamas em aceitar a estrutura de Witkoff para continuar as negociações — com a qual Israel concordou — o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu determinou que, a partir desta manhã, toda a entrada de bens e suprimentos na Faixa de Gaza será suspensa. Israel não aceitará um cessar-fogo sem a libertação de nossos reféns. Se o Hamas mantiver sua recusa, haverá consequências adicionais”, declarou o gabinete do primeiro-ministro israelense.
O líder do Hamas, Mahmoud Mardawi, afirmou que “a única via para a estabilidade regional e o retorno dos prisioneiros é a implementação completa do acordo, iniciando-se pela segunda fase.”
O Hamas defende que essa nova etapa inclua negociações para um cessar-fogo permanente, a retirada completa das tropas israelenses de Gaza, a reconstrução do enclave e, posteriormente, a libertação de prisioneiros como parte de um acordo. “É nisso que insistimos, e não recuaremos”, declarou Mardawi.
Já Israel deseja manter a primeira fase do cessar-fogo, que envolve a troca de reféns — vivos e mortos —, a libertação contínua de prisioneiros e detidos palestinos e o aumento do fluxo de ajuda humanitária para Gaza. Atualmente, estima-se que ainda existam 24 reféns israelenses vivos no território.