Ana Paula Barbosa de Oliveira, representante dos vendedores ambulantes de Goiânia, avalia como impraticável a determinação do prefeito Sandro Mabel (União Brasil) para retirar todos os comerciantes informais da região da Rua 44 até 30 de março. O anúncio foi reforçado pelo chefe do Executivo durante audiência na Câmara de Vereadores nesta segunda-feira (24), mas os ambulantes alegam falta de diálogo e soluções inadequadas por parte da prefeitura.
Em entrevista ao Portal 6, Ana Paula revelou que as negociações estão paralisadas há um mês, sem acesso direto ao prefeito. “Tentamos chegar a um acordo, mas só conversamos com secretários. O prefeito não nos recebe”, afirmou. A líder espera que os vereadores apoiem a causa dos trabalhadores em reunião marcada para esta terça-feira (25), mas adiantou que, se não houver avanços, a alternativa será buscar intervenção judicial.
As propostas apresentadas pela gestão municipal – como o aluguel social em galerias comerciais ou realocação na Feira Hippie – são consideradas inviáveis pelos ambulantes. “Os donos das galerias nem sabem dessa proposta, e querem que a gente pague aluguel. Como isso é solução?”, questionou Ana Paula. Sobre a Feira Hippie, a líder é ainda mais crítica: “Querem nos jogar num local sem movimento, onde não temos como sobreviver”.
Ana Paula reforça que os comerciantes estão dispostos a se regularizar, mas cobra uma proposta concreta da prefeitura, como a criação de uma “Feira dos Camelôs” organizada. Ela alerta para o risco de conflitos sociais caso a retirada seja feita de forma abrupta. “Esses trabalhadores tiram seu sustento dali. Como chegar no dia 30 e simplesmente expulsar todo mundo sem alternativa?”, indagou.
Enquanto os ambulantes pressionam por mais prazo e diálogo, o prefeito Sandro Mabel mantém a posição de não recuar. Durante a audiência na Câmara, reafirmou que a fiscalização será rigorosa a partir do dia 30 para garantir a desocupação da área, conhecida pelo comércio popular de confecções. O impasse segue sem resolução, com os vendedores informais ameaçando judicializar a questão e a prefeitura insistindo no cumprimento do prazo estabelecido.