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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) comunicou a auxiliares sua decisão de demitir o presidente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Alessandro Stefanutto, após o alvo de buscas da Operação “Sem Desconto”, da Polícia Federal (PF), que investiga irregularidades em descontos de mensalidades associativas em benefícios previdenciários. Apesar da determinação do Planalto, a saída ainda não foi formalizada devido à resistência do ministro da Previdência, Carlos Lupi (PDT), que tenta convencer Lula a adiar a medida.
A Operação e as Irregularidades
A PF cumpre 211 mandados (busca e apreensão, bloqueio de bens superiores a R$ 1 bilhão e seis prisões temporárias) em 13 estados e no DF. As investigações apontam que entidades associativas teriam feito descontos indevidos em aposentadorias e pensões, sem autorização dos beneficiários. Stefanutto, indicado por Lupi, teve o gabinete e a residência revistados, embora não seja alvo de prisão.
A Resistência no Governo
A operação gerou desconforto no Ministério da Previdência, que enxerga a ação como “desproporcional”. Lupi, aliado político de Lula, defende que a demissão de Stefanutto ocorra apenas após o desfecho das investigações, argumentando que uma saída imediata poderia ser interpretada como “aceitação de culpa prévia”. Fontes afirmam, porém, que Lula quer evitar desgastes com a opinião pública.
O Timing Político
A crise no INSS surge em um momento delicado para o governo, que enfrenta pressões sobre a reforma da Previdência e tentativas de equilibrar a base aliada. A demissão de Stefanutto, se confirmada, pode acirrar atritos entre o PT e o PDT, partido de Lupi.
Próximos Passos
A expectativa é que Lula defina a saída de Stefanutto nos próximos dias, dependendo do avanço das negociações com Lupi. Enquanto isso, o INSS segue sob holofotes, com risco de novas operações relacionadas a supostos esquemas em benefícios sociais.