Está completando um ano desde que o BRT (Bus Rapid Transit) entrou em operação em Goiânia — mas, segundo usuários, o grande trunfo anunciado: a redução do tempo de viagem, ainda não é uma realidade.
Moradores e passageiros escutam há meses que o novo sistema vai otimizar os trajetos, diminuindo atrasos e tornando os deslocamentos urbanos mais ágeis — no entanto, para muitos, o benefício ainda não apareceu.
O que dizem os usuários
Testemunhas relatam que, em muitos percursos, o tempo de viagem se mantém parecido ao que era com os ônibus convencionais ou sofre pequenas variações, positivas ou negativas. Fatores como trânsito, bloqueios na via, semáforos e até congestionamentos em trechos de entrada e saída das estações de BRT continuam interferindo bastante.
Além disso, passageiros apontam que a distribuição de veículos nos horários de pico ainda está aquém do ideal, assim como a integração com linhas complementares: em muitos casos, é necessário trocar de ônibus ou aguardar por longos períodos para embarcar nos veículos do BRT.
O que dizem especialistas e gestores
Especialistas em mobilidade urbana avaliam que um ano é tempo relativamente curto para ajustes finos, mas afirmam que avaliações de desempenho deveriam já indicar melhorias mais consistentes. Eles sugerem que, além da frota e da infraestrutura, aspectos como gestão de tráfego, sincronização semafórica e disciplina no uso das vias exclusivas são determinantes para que o sistema entregue o prometido.
Por sua vez, a Prefeitura de Goiânia e os responsáveis pelo BRT reconhecem desafios operacionais, como falhas no planejamento de horários, ajustes na operação e necessidade de fiscalização mais intensa. Há promessa de correções, com intervenções previstas para melhorar a fluidez nos corredores exclusivos, agilizar embarques e desembarques, e ajustar itinerários para evitar trechos com maiores atrasos.
Cenário atual e expectativas
Embora já existam relatos de melhora em trechos específicos, especialmente fora do horário de maior movimento, a percepção geral entre usuários é de que o BRT ainda não cumpriu integralmente com sua principal promessa: encurtar o tempo de deslocamento.
Com base nos testemunhos, Goiânia enfrenta agora um momento decisivo para consolidar o BRT como um sistema de transporte verdadeiramente eficiente. Será preciso mais do que inaugurações; requer gestão contínua, ajustes operacionais e participação da população para identificar pontos críticos.