10 de junho de 2025
Saúde

Mortes por alcolismo cresceram em Goiás. E o Alerta para o carnaval almenta.

Em meio às festividades do Carnaval, a Secretaria de Estado da Saúde alerta sobre os riscos do alcoolismo, uma questão de saúde pública que pode ter consequências fatais. Dados do Centro de Informações sobre Saúde e Álcool (Cisa) indicam que a taxa de mortes entre pessoas internadas devido ao uso de álcool no Brasil dobrou de 3% em 2010 para 6% em 2023.

Uma pesquisa conduzida pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) revela um dado alarmante: uma em cada 33 mortes no país está relacionada a doenças hepáticas, como a esteatose, causadas ou agravadas pelo consumo excessivo de álcool. Além dos impactos físicos, o alcoolismo também está associado a danos sociais e emocionais, como perda de emprego, rompimento de relacionamentos e comprometimento da saúde mental.

Histórias reais e o impacto do alcoolismo

O drama do alcoolismo pode ser ilustrado pelo caso de um paciente de 38 anos que busca apoio no Complexo de Referência Estadual em Saúde Mental Prof. Jamil Issy (Cresm), unidade do Governo de Goiás especializada no tratamento de dependências químicas. Ele relata que perdeu tudo para o alcoolismo: sua profissão, sua casa, sua esposa e, sobretudo, o contato com seu filho de apenas 8 anos.

Essa história se soma às de outros 8,7 mil pacientes atendidos pelo Cresm entre 2020 e 2024. Dentre eles, 83,64% identificaram o álcool como sua principal substância de abuso, um dado que reforça a gravidade da dependência alcoólica no país.

Alerta médico e busca por tratamento

O médico psiquiatra e diretor técnico do Cresm, Danilo Fiorotto, alerta que o consumo de álcool é frequentemente subestimado, especialmente em períodos festivos como o Carnaval.

“A forma como a sociedade encara o uso do álcool, sua normalização, é um problema. As pessoas tendem a beber cada vez mais cedo e em diferentes contextos sociais”, afirma Fiorotto. “Todo consumo tem riscos e pode evoluir de uma busca por prazer para um quadro de compulsão e dependência.”

O Cresm oferece um atendimento multidisciplinar e multiprofissional para pacientes com dependências químicas, contando com equipes de médicos, psicólogos, assistentes sociais, odontólogos e educadores físicos. O acesso ao tratamento ocorre por meio do ambulatório ou internação, com encaminhamento pelas unidades que integram a Rede de Atenção Psicossocial (RAPs).

“É essencial que as pessoas busquem ajuda quando precisam”, enfatiza Fiorotto. “O alcoolismo é uma doença que pode ser tratada, e é fundamental combater o estigma em torno dela.”

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