Brasileiros defendem que gesto do Planalto pode reaquecer negociações após cancelamento de reunião entre Haddad e secretário do Tesouro dos EUA
Empresários ouvidos pela CNN nas últimas horas cobram um movimento do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para retomar as negociações com os Estados Unidos sobre as tarifas impostas a produtos brasileiros. Eles avaliam que um telefonema direto de Lula ao presidente americano, Donald Trump, poderia destravar o diálogo, após o impasse causado pelo cancelamento da reunião entre o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, marcada para esta quarta-feira (13).
Segundo relatos do setor privado, o cancelamento do encontro – atribuído por Haddad à oposição bolsonarista – teria sido influenciado pelos recentes posicionamentos de Lula, que sinalizou aproximação com os países do Brics e fez declarações críticas a acordos envolvendo big techs e minerais estratégicos. Para os empresários, a ausência de um canal direto entre os governos ameaça setores exportadores, e um contato presidencial seria a forma mais eficaz de reverter o cenário.
“Trump já deixou claro que atenderia Lula se ele ligasse. Seria um gesto político importante para recolocar os dois lados na mesa”, afirmou um executivo do agronegócio, que preferiu não se identificar.
No entanto, Lula descartou a iniciativa em declarações recentes: “Não vejo motivo para ligar e não vou me humilhar”, disse o presidente. Enquanto isso, o governo prepara um plano de contingência para mitigar os impactos das tarifas, mas empresários alertam que as medidas não serão suficientes para compensar as perdas no mercado americano.
O vice-presidente Geraldo Alckmin, ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, tem sido o principal articulador de alternativas, mas, para o setor privado, a solução definitiva só virá com um entendimento direto entre Lula e Trump. A pressão agora é para que o Planalto reveja sua estratégia antes que a disputa comercial cause danos irreversíveis à economia.
(Com informações de fontes empresariais e do Palácio do Planalto)