O Brasil atingiu, em 2024, o maior número de afastamentos do trabalho por transtornos mentais em pelo menos 10 anos. De acordo com dados do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), foram concedidas 472.328 licenças médicas para trabalhadores com quadros psiquiátricos, o que representa um aumento alarmante de 68% em relação a 2023.
O total de pedidos de licença médica recebidos pelo INSS no ano chegou a 3,5 milhões, o que significa que mais de 10% deles foram concedidos devido a problemas como ansiedade e depressão. Desde o início da pandemia, o número de afastamentos por transtornos mentais aumentou mais de 400%, evidenciando uma crise na saúde mental da população trabalhadora.
Cada afastamento teve uma duração média de três meses, com um pagamento mensal de R$ 1,9 mil por trabalhador. O impacto financeiro para o INSS ultrapassou R$ 3 bilhões, colocando pressão sobre o sistema previdenciário.
O perfil mais afetado por essa onda de afastamentos é composto majoritariamente por mulheres, que representam dois em cada três casos registrados. A idade média das trabalhadoras afastadas é de 41 anos, um indicativo de que o problema atinge principalmente profissionais em idade produtiva.
O aumento expressivo dos afastamentos levanta um alerta para a necessidade de políticas públicas e iniciativas empresariais voltadas à saúde mental no ambiente de trabalho. Especialistas apontam que medidas como a redução da carga horária, apoio psicológico e flexibilização das jornadas podem ajudar a reverter essa tendência preocupante.