O governo federal tem promovido o chamado “empréstimo consignado do FGTS” como uma ajuda financeira aos trabalhadores, mas a realidade por trás do mecanismo é alvo de críticas. Diferente do que o marketing oficial sugere, não se trata de um “benefício gratuito”, mas sim de um financiamento que usa o próprio dinheiro do trabalhador – retido no FGTS – como garantia, cobrando juros e criando uma dívida sobre um valor que, teoricamente, já pertence ao cidadão.
Como funciona o empréstimo do FGTS?
O Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) é um direito do trabalhador, formado por depósitos mensais obrigatórios feitos pelo empregador (8% do salário). Esse dinheiro fica bloqueado e só pode ser sacado em situações específicas, como demissão sem justa causa, compra da casa própria ou doenças graves.
Agora, o governo permite que o trabalhador pegue um empréstimo usando o saldo do FGTS como garantia. Ou seja: você não está recebendo um dinheiro “extra”, mas sim emprestando de si mesmo – e pagando juros por isso.
O problema: você paga juros sobre o que já é seu
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O dinheiro do FGTS já é seu, mas você não pode sacá-lo livremente.
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Ao pegar o empréstimo, você se endivida com o banco (ou com a Caixa Econômica Federal), mesmo usando seu próprio FGTS como garantia.
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Se não pagar, o valor será descontado diretamente da sua rescisão ou de futuros depósitos do FGTS – com juros recalculados.
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Em uma simulação feita no aplicativo do governo, um empréstimo de R1.000,00podecustarateˊR 4.978,26 ao final do prazo.
Por que não liberar o FGTS diretamente?
Muitos criticam o fato de o governo não permitir o saque integral do FGTS sem cobrar juros, já que o dinheiro é do trabalhador. A justificativa oficial é que o fundo serve como proteção para situações de emergência, mas, na prática, o modelo atual beneficia bancos e o próprio governo, que lucram com os juros.
Populismo ou ajuda real?
A campanha chamando o empréstimo de “Empréstimo do Lula” gera desconfiança, pois transforma um mecanismo financeiro em propaganda política, dando a falsa impressão de que se trata de um benefício gratuito. Enquanto isso, o trabalhador paga juros sobre um dinheiro que já deveria ter livre acesso.
Conclusão: O trabalhador precisa estar atento. O FGTS é seu, mas o empréstimo consignado pode se tornar uma armadilha financeira, especialmente para quem já está com orçamento apertado. Crédito não é dinheiro grátis – e, nesse caso, você está pagando para ter acesso ao que já é seu.
🔍 O que você acha? O governo deveria liberar o saque do FGTS sem juros ou o empréstimo consignado é uma boa opção?
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