Pelo visto, a nova novela de Brasília já tem protagonista: Fernando Haddad. Sim, ele mesmo, o atual ministro da Fazenda, foi alçado ao posto de sucessor político-eleitoral do presidente Lula — uma espécie de príncipe herdeiro do petismo, ainda que o reino esteja, digamos, em recessão.
A ideia circula nos bastidores do Planalto: Haddad seria o nome preferido para carregar o estandarte do lulismo em 2026, caso o próprio Lula decida pendurar as chuteiras (ou melhor, os discursos inflamados). Só tem um detalhe — pequeno, quase insignificante: o ministro não conseguiu, até agora, recuperar a economia do Brasil.
Com inflação teimosa, juros que não arredam o pé, crescimento tímido e um déficit fiscal que dá calafrios no Tesouro, Haddad parece mais preocupado em equilibrar pratos do que em construir pontes com o eleitorado. E o mercado? Esse já torce o nariz toda vez que o nome dele aparece nas manchetes — com a mesma empolgação de quem recebe boleto no fim do mês.
Mas não se engane: o PT trata Haddad como se fosse o filho mais aplicado da turma. Afinal, ele fala bonito, veste terno sob medida e não comete gafes em cadeia nacional — o que, dentro do partido, já é meio caminho andado para virar presidenciável. O problema é que, na rua, o povo ainda associa “ministro da Fazenda” com “cadê o dinheiro que tava aqui?”, e Haddad não conseguiu dar uma resposta convincente.
Mesmo assim, a máquina petista ensaia a coreografia da sucessão. Lula sorri, acena, e deixa o nome do pupilo correr solto. Estratégia ou brincadeira de mau gosto? Só o tempo dirá. Por enquanto, o Brasil segue com a economia capengando e um “sucessor” que ainda não mostrou a que veio — a não ser para discursar e ver o PIB tropeçar.
Se Haddad realmente é o herdeiro do espólio político de Lula, parece que o testamento veio com dívida inclusa. E, até agora, sem plano de pagamento.