O Secretário-Geral da OTAN, Mark Rutte, afirmou nesta quinta-feira que o Brasil pode sofrer sanções secundárias de 100% caso continue comprando petróleo e gás da Rússia. A declaração ocorreu após reunião com congressistas dos Estados Unidos, que discutem um projeto de lei para taxar países que mantêm relações comerciais com Moscou.
“Se você negocia com os russos, sofrerá consequências”
Em tom de alerta, Rutte afirmou:
*”Se você é o presidente da China, o primeiro-ministro da Índia ou o presidente do Brasil e ainda negocia com os russos e compra seu petróleo e gás, saiba que se esse cara em Moscou não levar as negociações de paz a sério, eu lhe aplicarei sanções secundárias de 100%.”*
A medida, se aprovada, afetaria diretamente o Brasil, que mantém importações de derivados de petróleo russo mesmo após as sanções ocidentais impostas desde a invasão da Ucrânia.
Pressão dos EUA e Risco Econômico
O projeto em discussão no Congresso americano visa isolar economicamente a Rússia, penalizando nações que ainda negociam com o país. Caso aprovado, o Brasil poderá enfrentar:
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Tarifas de 100% sobre exportações estratégicas, como carne e minério de ferro.
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Restrições financeiras a empresas que operam com bancos russos.
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Isolamento comercial em mercados ocidentais.
Posição do Brasil e Possíveis Reações
O governo Lula tem defendido uma postura de “neutralidade negociadora”, mantendo relações tanto com Rússia e China quanto com EUA e Europa. No entanto, a ameaça da OTAN coloca o país em um dilema geopolítico:
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Ceder às pressões pode significar perda de parcerias econômicas vantajosas com Moscou.
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Ignorar as sanções pode levar a retaliações severas do bloco ocidental.
Enquanto isso, China e Índia, também citados por Rutte, já sinalizaram que não aceitarão imposições, aumentando a tensão em um cenário global já polarizado.
Próximos Passos
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O Itamaraty deve se manifestar nas próximas horas.
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Empresários brasileiros pressionam por clareza nas regras para evitar prejuízos.
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Se as tarifas forem aplicadas, setores como agronegócio e energia serão os mais afetados.
O Brasil está à beira de uma nova crise comercial? Enquanto o governo avalia sua estratégia, a economia aguarda com apreensão os desdobramentos.
Com informações de agências internacionais.