28 de maio de 2025
Aparecida

“Parabéns, Aparecida de Goiânia: a campeã nacional em fazer mães viajarem para ter filhos!”

Imagem reprodução

O IBGE acaba de presentear Aparecida de Goiânia com um título “inesperado”: a cidade é a líder absoluta no ranking de municípios com mais de 500 mil habitantes onde as gestantes precisam fazer turismo obstétrico para dar à luz. Sim, 80,8% das mães aparecidenses precisam pegar a estrada rumo a hospitais de outras cidades — porque, claro, quem não adora um road trip no meio das contrações?

O pódio da vergonha

Aparecida deixa para trás concorrentes “pesados” como Belford Roxo (RJ), com míseros 79,5%, e Jaboatão dos Guararapes (PE), com apenas 74,6%. Mas não se preocupe, prefeitura: vocês venceram! E de goleada! Afinal, nada diz “aqui se valoriza a vida” como obrigar mulheres a cruzar municípios porque, até 2024, a cidade tinha uma única maternidade pública — e, adivinhem?, não dava conta.

A (tardia) salvação?

Em fevereiro, a prefeitura finalmente inaugurou a Maternidade Maria da Cruz Gomes Santana, com 50 leitos (metade do prometido) e UTI neonatal. Um verdadeiro milagre para quem já estava acostumado a tratar parto como missão interestadual. A unidade, que deveria existir há décadas, agora é a grande esperança para reduzir esse passivo histórico — mas, enquanto não opera na capacidade total, as mães aparecidenses podem continuar treinando para o rally entre uma contração e outra.

O recado do IBGE

O relatório escancara o óbvio: cidades metropolitanas como Aparecida vivem o efeito colateral da centralização de serviços nas capitais. Enquanto isso, gestantes viram reféns de um sistema que as trata como cidadãs de segunda classe. Mas, ei, pelo menos agora têm uma maternidade novinha — mesmo que tardia e ainda insuficiente.

#Conquista? Só se for para o ranking da negligência.

(Com dados do IBGE e uma pitada de indignação)

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