8 de maio de 2025
Goiânia

Pecuária Goiânia 2025. A entrada gratuida bancada com impostos do povo fora dos olofotes

Imagem reprodução

A tão anunciada “entrada gratuita” para a Pecuária de Goiânia neste ano vem acompanhada de um detalhe que não está nos holofotes: a conta, como sempre, será bancada pelo contribuinte. A Sociedade Goiana de Pecuária e Agricultura (SGPA) garante acesso sem cobrança direta ao evento, mas os recursos públicos — arrancados de impostos em cascata — serão os verdadeiros financiadores da iniciativa.

A estratégia, apresentada como um “presente” à população, repete um roteiro conhecido: políticos e gestores aparecem como benfeitores, distribuindo o que, na realidade, já é dinheiro do povo. “Não há nada de graça. O brasileiro paga impostos sobre combustível, energia, alimentação e até sobre o lazer que supostamente ganha de presente”, critica o economista Raul Ferreira, professor da Universidade Federal de Goiás.

O jogo de aparências
A não cobrança do ingresso é vendida como um avanço para a democratização do evento, mas esconde o fato de que os R$ 15 milhões (valor estimado) necessários para cobrir os custos sairão dos cofres estaduais e municipais — ou seja, do bolso do cidadão, que nem sempre usufrui do benefício. “É como se devolvessem um centavo de cada real que nos tomam, e ainda esperam gratidão”, ironiza a dona de casa Maria Souza, moradora da capital.

Enquanto isso, a SGPA, que organiza o evento, mantém parcerias milionárias com empresas privadas e segue isenta de críticas. “É uma cortina de fumaça. Os mesmos grupos que lucram com a feira agora têm seu marketing bancado pelo erário”.

De quem é o dinheiro?
O caso exemplifica um ciclo vicioso: o contribuinte financia projetos que deveriam ser transparentes em seus custos e benefícios, mas viram palco para propaganda política. “Se é público, que seja discutido publicamente.” Quantas escolas ou postos de saúde deixaram de ser priorizados por essa ‘gratuidade’?”, questiona a auditora fiscal Selma Martins.

A Prefeitura de Goiânia defende a medida como “inclusiva”, mas não detalha de qual verba específica virão os recursos. Enquanto o debate não chega à população, uma coisa é certa: no Brasil, até o que parece “de graça” tem um preço — e ele já foi pago, com juros, pelo povo.

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