A popularidade do governo Lula (PT) registrou queda acentuada, segundo pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quarta-feira (2). Os números revelam um aumento na rejeição ao presidente, com 41% dos entrevistados avaliando sua gestão como ruim ou péssima —ante 37% em janeiro. Em contrapartida, as avaliações positivas caíram de 31% para 27%, enquanto 29% consideram o governo regular. Os índices são os piores desde o início da série histórica, em abril de 2023, quando o petista chegou a ter 42% de aprovação.
O levantamento, realizado entre 27 e 31 de março com 2.004 entrevistados em 120 municípios, aponta ainda que 56% desaprovam o governo, contra 41% que o apoiam. A margem de erro é de dois pontos percentuais. A queda na aprovação ocorreu em todas as regiões, incluindo o Nordeste, tradicional reduto petista, e entre todas as faixas etárias —com destaque para os jovens de 16 a 34 anos, entre os quais 64% rejeitam a administração atual.
Crise do Pix e inflação pesam na avaliação
O desgaste começou a ganhar força após a disseminação de notícias falsas sobre a taxação do Pix, somando-se ao mal-estar causado pela inflação persistente. Para 53% dos entrevistados, o terceiro mandato de Lula é pior que os anteriores, enquanto apenas 20% o veem como superior. A polarização com Jair Bolsonaro (PL) também aparece nos números: pela primeira vez, mais pessoas consideram o governo petista pior que o bolsonarista (43% contra 39%).
Na economia, o cenário é igualmente desfavorável: 56% avaliam que a situação piorou no último ano, contra 16% que enxergam melhoras.
Medidas para reconquistar apoio
Na tentativa de reverter a queda, o Planalto anunciou medidas para estimular o consumo, como a liberação de saldo do FGTS e a expansão do crédito consignado com juros reduzidos. Outra aposta é a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5.000 —promessa de campanha que tramita no Congresso e, se aprovada, valerá a partir de 2026, ano eleitoral.
O governo também estuda ampliar o acesso a financiamentos do Minha Casa, Minha Vida, mas persistem dúvidas sobre o impacto dessas políticas no controle da inflação, um dos principais desafios do Palácio do Planalto.
Enquanto isso, a pressão por resultados concretos aumenta, e o petista busca evitar que a desaceleração na popularidade se torne uma tendência irreversível.
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