Um estudo recente conduzido pelo Instituto de Defesa do Consumidor (Idec) revelou a presença de diversos agrotóxicos em alimentos ultraprocessados amplamente consumidos pelos brasileiros. A terceira edição da pesquisa “Tem Veneno Nesse Pacote” analisou 24 produtos industrializados e identificou resíduos de pesticidas em diversas amostras, levantando preocupações sobre os impactos desses compostos na saúde.
Os produtos mais contaminados
Entre os alimentos testados, os que apresentaram maior quantidade de agrotóxicos foram:
- 1º lugar: Biscoito maizena das marcas Marilan e Triunfo, ambos com resíduos de quatro agrotóxicos.
- 2º lugar: Hambúrguer à base de plantas (Sadia), empanado à base de plantas (Seara), macarrão instantâneo (Nissin e Renata) e bolo pronto sabor chocolate (Ana Maria), cada um contendo três agrotóxicos.
- 3º lugar: Empanado à base de plantas da Sadia, com dois agrotóxicos detectados.
Glifosato: o agrotóxico mais encontrado
O glifosato, um dos herbicidas mais utilizados no mundo, foi identificado em sete das 24 amostras analisadas. Produzido pela Bayer, esse pesticida é classificado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como “provavelmente carcinogênico”, ou seja, com potencial de causar câncer.
Além disso, estudos indicam que o glifosato possui ação desreguladora do sistema endócrino, podendo interferir na função da tireoide e na microbiota intestinal. Pesquisas apontam relações entre disbiose intestinal e doenças como tireoidite de Hashimoto, Graves e câncer de tireoide.
Lista de produtos contaminados
A pesquisa do Idec encontrou glifosato nos seguintes produtos:
- Macarrão instantâneo sabor galinha: Nissin e Renata;
- Biscoito maizena: Marilan e Triunfo;
- Presunto cozido: Aurora;
- Bolo pronto sabor chocolate: Panco;
- Hambúrguer à base de plantas: Sadia;
- Empanado à base de plantas: Fazenda do Futuro.
Impactos para o consumidor
A presença de resíduos de agrotóxicos em alimentos industrializados acende um alerta para consumidores e autoridades de saúde. A exposição frequente a esses compostos pode estar relacionada a problemas de saúde, incluindo alterações hormonais, desregulação do metabolismo e doenças crônicas.
O estudo reforça a necessidade de maior transparência na indústria alimentícia e de regulamentações mais rigorosas para o uso de pesticidas em produtos consumidos diariamente pela população.
Para aqueles preocupados com a saúde, especialistas recomendam uma dieta baseada em alimentos minimamente processados, priorizando ingredientes naturais e de origem orgânica sempre que possível.