11 de outubro de 2025
Artigo

Por que jovens adultos se sentem fracassados em todas as frentes da vida.

Uma geração de jovens adultos se vê encurralada por uma sensação generalizada de fracasso e solidão. Diferente das gerações anteriores, eles enfrentam uma combinação inédita de pressões: um mercado de trabalho volátil, relacionamentos mediados por algoritmos e uma crise de custo de vida que adia projetos de vida básicos, como sair da casa dos pais.

Especialistas e os próprios jovens apontam para uma “tempestade perfeita” de fatores. No campo profissional, a estabilidade é uma miragem. A exigência por qualificação constante, somada à precarização do trabalho e à concorrência global, gera uma ansiedade permanente. A sensação é a de que, por mais que se corra, nunca é suficiente.

Já na esfera afetiva, a dinâmica também mudou. Os aplicativos de namoro, que prometiam conexão infinita, muitas vezes resultam em conversas vazias e encontros descartáveis. A busca por um parceiro se tornou uma tarefa exaustiva, marcada pela lógica do “próximo, próximo, próximo”, onde a grama do vizinho parece sempre mais verde. Essa busca, ironicamente, aumenta a sensação de solidão.

O fator econômico é o pano de fundo de todo esse cenário. Com salários que não acompanham o custo de vida, especialmente o da habitação, projetos como constituir família ou mesmo ter a independência de um aluguel próprio se tornam sonhos distantes.

O resultado, segundo a reportagem, é uma geração que se sente profundamente rejeitada: rejeitada pelo mercado, rejeitada no amor e rejeitada pela promessa de um futuro próspero. O fenômeno não é apenas uma “fase difícil”, mas um sinal de mudanças profundas na estrutura da sociedade, exigindo uma reflexão coletiva sobre novos caminhos para o trabalho, o amor e a realização pessoal.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *