31 de maio de 2025
Goiânia

Projeto Banho Solidário é impedido de atuar em Goiânia pela Guarda Municipal

GCM impede realização de Banho Solidário para pessoas em situação de rua em Goiânia | Daqui – Veja mais em: https://daqui.opopular.com.br/geral/gcm-impede-realizac-o-de-banho-solidario-para-pessoas-em-situac-o-de-rua-em-goiania-1.3265612

Um episódio ocorrido no último sábado (17) gerou indignação após agentes da Guarda Civil Metropolitana (GCM) impedirem a ação do projeto Banho Solidário, iniciativa que há quase cinco anos oferece higiene e dignidade a pessoas em situação de rua na capital goiana. O caso aconteceu na Praça Joaquim Lúcio, no bairro Campinas, e foi registrado em vídeo pelos voluntários.

O projeto e a interrupção

Criado durante a pandemia pela comunidade da Paróquia Nossa Senhora Aparecida e Santa Edwiges, no bairro Nova Suíça, o Banho Solidário leva uma cabine móvel com banheiros, roupas limpas e kits de higiene a locais com grande concentração de moradores de rua. No sábado, porém, dois guardas municipais interromperam a ação, alegando que o serviço “atrai mais pessoas em situação de rua” para o local.

Francisco Calaça, um dos coordenadores do projeto, relatou que um dos agentes chegou a dizer: “Se pudessem não voltar com banho, roupas e comida, a GCM agradeceria”. O grupo, que não discutiu a ordem, se retirou imediatamente.

Crescimento da população de rua e reações

Dados do Ministério Público de Goiás (MP-GO) indicam que o número de pessoas em situação de rua em Goiânia saltou de 1,5 mil (2019) para cerca de 2,5 mil em 2024. O caso foi levado ao arcebispo dom João Justino, que se comunicou com o prefeito Sandro Mabel. Em nota, a Arquidiocese afirmou que o prefeito se dispôs ao diálogo, enquanto a GCM limitou-se a dizer que “apura o ocorrido”.

A Prefeitura destacou que, em novembro de 2024, regulamentou uma lei que reserva 5% das vagas em obras públicas para essa população. Sandro Mabel classificou o episódio como “isolado” e afirmou que “não condiz com as ações da gestão”.

O que dizem os voluntários?

“Um banho significa dignidade”, disse Calaça, lembrando o caso de um homem que, após receber higiene e roupa limpa, exclamou: “Agora estou pronto para minha entrevista de emprego!”.

A situação reacendeu o debate sobre políticas públicas efetivas para a população de rua, enquanto a sociedade civil cobra respostas.

(Com informações da Arquidiocese de Goiânia e GCM)

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