Uma sofisticada rede de tráfico internacional de drogas, composta por estudantes de medicina que cursavam faculdade na Bolívia, usava Goiás como base para enviar cocaína para países europeus. O esquema foi desmantelado nesta terça-feira (15/4) pela Polícia Federal (PF), que cumpriu 10 mandados de busca e apreensão em cinco estados brasileiros. As ações ocorreram em Manaus (AM), Itamaraju (BA), Campo Grande e Corumbá (MS), Volta Redonda (RJ), Rolim de Moura e Espigão d’Oeste (RO). Até o momento, não há informações sobre prisões, e os nomes dos investigados não foram divulgados.
O Modus Operandi
De acordo com as investigações, os estudantes eram responsáveis pela logística e financiamento do tráfico. A droga, adquirida na Bolívia, era transportada para Goiás escondida em caixas de ônibus e por transportadoras. Uma vez no estado, a cocaína era camuflada dentro de osciloscópios — equipamentos utilizados em laboratórios de engenharia e eletrônica — e despachada por via aérea para a Europa.
Segundo o delegado Bruno Gama, chefe da Delegacia de Repressão a Entorpecentes da PF em Goiás, o grupo enviou pelo menos cinco cargas de droga em menos de um ano. Três desses carregamentos, no entanto, foram interceptados na Alemanha, que acionou as autoridades brasileiras.
Destino: Portugal, Espanha e Inglaterra
A investigação apontou que os principais países de destino da droga eram Portugal, Espanha e Inglaterra. Um goiano, identificado como o responsável por enviar os equipamentos eletrônicos ao exterior, já foi ouvido pela PF. Em depoimento, ele negou conhecimento sobre a presença de entorpecentes nos osciloscópios, afirmando que apenas fazia remessas comerciais. A versão, no entanto, ainda está sendo apurada.
Penas podem ultrapassar 15 anos de prisão
Ao final do inquérito, os investigados responderão por tráfico internacional de drogas. Se condenados, as penas podem superar 15 anos de prisão. A operação evidenciou a sofisticação de grupos criminosos que utilizam rotas aparentemente comuns para burlar a fiscalização, além de envolver pessoas com perfil acadêmico em atividades ilícitas.
A PF segue com as investigações para identificar possíveis outros integrantes do esquema e novas rotas de envio.
Com informações da Polícia Federal.