Decisão ocorre após críticas sobre contrato de R$ 151 mil com fogos de artifício, cujo uso é proibido por lei estadual. Nova tática inclui ar comprimido e som de águias.
GOIÂNIA, 22 de outubro de 2024 – A Prefeitura de Goiânia anunciou, nesta quarta-feira (22), a mudança no plano para afastar urubus da área do lixão da capital. O prefeito Sandro Mabel informou que não serão mais utilizados foguetes e rojões, conforme previa um contrato de R$ 151,7 mil firmado pela Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg). A nova estratégia empregará tiros de ar comprimido e um sistema de sonorização que reproduz o som de águias, predadoras naturais dos urubus.
A medida inicial, que previa a compra de 11.520 foguetes do tipo “12 por 1 tiro”, gerou críticas de especialistas e da sociedade civil. O uso de fogos de artifício com efeito sonoro é vedado pela Lei Estadual nº 20.947/2022, que proíbe a queima e o manuseio desses artefatos em ambientes públicos e privados. Além do aspecto legal, havia preocupação com riscos de incêndio, uma vez que o lixão emite gás metano, altamente inflamável.
De acordo com o prefeito, a nova tecnologia foi inspirada em experiências bem-sucedidas adotadas em outras cidades, como Uberlândia (MG). “Nós estamos mudando o foguete por duas coisas: vamos colocar uma rede de ar comprimido, que faz o mesmo barulho, mas sem usar fogos, e também o som de uma águia, emitido por um sistema de sonorização”, explicou Mabel.
O delegado Luziano de Carvalho, da Delegacia Estadual de Repressão a Crimes contra o Meio Ambiente (DEMA), havia alertado que o uso de fogos com efeito de tiro só é permitido em situações específicas e com licença ambiental, como em aeroportos, para afastar aves e evitar acidentes aeronáuticos.
Renovação do contrato da Comurg
Durante o anúncio, Mabel também confirmou a renovação do contrato da Comurg, que teve um aumento de R$ 24 milhões anuais, passando a valer R$ 595 milhões por ano. Uma das principais alterações inclui a retomada da gestão do lixão pela companhia, antes sob responsabilidade da Secretaria de Infraestrutura (Seinfra). “Nós acrescentamos uma série de serviços que a Comurg já fazia e não cobrava. Por exemplo, o lixão, que agora será administrado pela própria companhia”, afirmou.
