Em entrevista exclusiva, o senador Jorge Kajuru (PSB-GO) revelou que estuda transferir seu domicílio eleitoral para concorrer ao Senado por outro estado nas eleições de 2026. O parlamentar afirmou que há propostas para permanecer no PSB, mas também sondagens de partidos como PP e Podemos para que dispute a vaga em Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro ou Bahia.
Kajuru disse que pretende definir seu futuro político até março de 2026, quando o cenário eleitoral estiver mais consolidado. “Queria resolver tudo agora, mas fui orientado a permanecer no PSB e deixar a definição para o ano que vem. Estou te contando isso em primeira mão. Esses estados estão pedindo para eu ser candidato lá”, declarou.
A possível mudança representa uma reviravolta na trajetória do senador, que havia anunciado sua desistência de disputar a reeleição e planejava retornar ao jornalismo – especialmente se a PEC do fim da reeleição, de sua autoria, fosse aprovada. No entanto, Kajuru não esconde a mágoa com o eleitorado goiano, que, segundo ele, não reconhece seu trabalho.
“Confesso a você, nunca falei isso antes: estou magoado com Goiás. O estado não reconhece o que eu faço”, desabafou. O parlamentar demonstrou insatisfação com as pesquisas de intenção de voto, que o colocam atrás de Vanderlan Cardoso (PSD) e Gustavo Gayer (PL) na disputa pelas duas vagas ao Senado.
“Não tem cabimento eu perder para o Vanderlan, para o Gayer. Perder para a Gracinha, tudo bem, ela é o primeiro voto. Agora, o segundo não ser o Kajuru? Me sinto injustiçado”, afirmou.
Relação com Lula e desgaste em Goiás

Kajuru também comentou sua relação com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), afirmando que as divergências recentes foram superadas e que não pretende romper com o governo. “Ele é meu amigo há 35 anos. Mostrei a ele que tenho entregado mais no seu governo e apenas cobro o mesmo reconhecimento que ele tem dado ao Vanderlan, que também é meu amigo, mas atua como oposição”, destacou.
Apesar da frustração com Goiás, o senador afirmou ter gratidão pelo estado, mas deixou claro que busca novos ares onde seu trabalho seja mais valorizado. A decisão final deve depender do cenário político nos próximos meses e das negociações partidárias.