31 de outubro de 2025
Agronegócio

Tilápia, manga, goiaba, dentre outros, poderão ser proibidos no Brasil.Isanidade de Marina silva

Imagem reprodução

Consulta pública do conselho vinculado ao MMA lista espécies como tilápia, eucalipto e mangueiras como “invasoras”; setor produtivo vê risco para segurança alimentar e economia.

Uma consulta pública do Conselho Nacional de Conservação da Biodiversidade (Conflora), órgão vinculado ao Ministério do Meio Ambiente, está gerando forte reação entre produtores rurais e especialistas em agronegócio. A proposta, que trata do controle de espécies exóticas invasoras, inclui em suas listas animais como a tilápia e o camarão, e plantas como eucalipto, pinus, jaqueira, mangueira e goiabeira.

A menção a espécies consolidadas na base do sistema produtivo nacional foi recebida com alarme. A tilápia, por exemplo, é a espinha dorsal da piscicultura brasileira, sendo a espécie mais produzida e consumida no país. Já o eucalipto e o pinus são fundamentais para a indústria de celulose e madeira, representando uma parcela significativa das exportações do setor.

Análise dos Impactos Potenciais

Especialistas ouvidos pelo Hoje Goiás apontam que a erradicação dessas espécies, se implementada, traria consequências econômicas e sociais severas:

  1. Crise no Setor de Proteína: A proibição da tilápia, que responde por mais de 60% da produção de peixes de cultivo no Brasil, poderia desorganizar todo o mercado de proteína animal, levando a um aumento no preço do pescado e afetando a segurança alimentar da população.

  2. Desastre na Silvicultura: O eucalipto e o pinus são a base de um setor que gera milhões de empregos e bilhões em divisas para o país. Sua erradicação paralisaria indústrias de papel, celulose e madeira sólida, com efeitos em cadeia na economia.

  3. Ameaça à Fruticultura: A inclusão de árvores frutíferas como mangueira, jaqueira e goiabeira – amplamente cultivadas em pomares domésticos e comerciais – é vista como particularmente controversa, pois afeta diretamente a agricultura familiar e a cultura alimentar brasileira.

O Ministério do Meio Ambiente, em notas anteriores, já esclareceu que o foco da política é o controle de espécies invasoras em unidades de conservação, onde elas podem ameaçar ecossistemas nativos, e não em áreas de produção agrícola consolidada. No entanto, a ambiguidade da lista e o termo “erradicação” têm sido fonte de interpretações alarmistas.

A consulta pública permanece aberta para contribuições, e espera-se que o governo faça novos esclarecimentos para tranquilizar o setor produtivo e evitar um confronto desnecessário entre a pauta ambiental e a agrícola.

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