Consulta pública do conselho vinculado ao MMA lista espécies como tilápia, eucalipto e mangueiras como “invasoras”; setor produtivo vê risco para segurança alimentar e economia.
Uma consulta pública do Conselho Nacional de Conservação da Biodiversidade (Conflora), órgão vinculado ao Ministério do Meio Ambiente, está gerando forte reação entre produtores rurais e especialistas em agronegócio. A proposta, que trata do controle de espécies exóticas invasoras, inclui em suas listas animais como a tilápia e o camarão, e plantas como eucalipto, pinus, jaqueira, mangueira e goiabeira.
A menção a espécies consolidadas na base do sistema produtivo nacional foi recebida com alarme. A tilápia, por exemplo, é a espinha dorsal da piscicultura brasileira, sendo a espécie mais produzida e consumida no país. Já o eucalipto e o pinus são fundamentais para a indústria de celulose e madeira, representando uma parcela significativa das exportações do setor.
Análise dos Impactos Potenciais
Especialistas ouvidos pelo Hoje Goiás apontam que a erradicação dessas espécies, se implementada, traria consequências econômicas e sociais severas:
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Crise no Setor de Proteína: A proibição da tilápia, que responde por mais de 60% da produção de peixes de cultivo no Brasil, poderia desorganizar todo o mercado de proteína animal, levando a um aumento no preço do pescado e afetando a segurança alimentar da população. 
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Desastre na Silvicultura: O eucalipto e o pinus são a base de um setor que gera milhões de empregos e bilhões em divisas para o país. Sua erradicação paralisaria indústrias de papel, celulose e madeira sólida, com efeitos em cadeia na economia. 
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Ameaça à Fruticultura: A inclusão de árvores frutíferas como mangueira, jaqueira e goiabeira – amplamente cultivadas em pomares domésticos e comerciais – é vista como particularmente controversa, pois afeta diretamente a agricultura familiar e a cultura alimentar brasileira. 
O Ministério do Meio Ambiente, em notas anteriores, já esclareceu que o foco da política é o controle de espécies invasoras em unidades de conservação, onde elas podem ameaçar ecossistemas nativos, e não em áreas de produção agrícola consolidada. No entanto, a ambiguidade da lista e o termo “erradicação” têm sido fonte de interpretações alarmistas.
A consulta pública permanece aberta para contribuições, e espera-se que o governo faça novos esclarecimentos para tranquilizar o setor produtivo e evitar um confronto desnecessário entre a pauta ambiental e a agrícola.

 
					 
					 
					 
					 
     
					
					 
																		 
																		 
																		 
																		 
																		