28 de abril de 2025
Goiânia

Trabalhadores ambulantes protestam na Câmara de Goiânia contra fiscalização na Região 44

Vereador Fabrício Rosa, (PT) em diálogo com os trabalhadores ambulantes da região da 44 | Foto: Divulgação/Fabrício Rosa

 

Manifestação pressiona por regulamentação do comércio informal, enquanto Prefeitura defende cumprimento do Código de Posturas

Goiânia, 8 de abril de 2024 — A Câmara Municipal de Goiânia foi cenário de tensão nesta terça-feira (8) durante protesto de trabalhadores ambulantes da Região 44, área conhecida pelo comércio popular de confecções. A mobilização ocorreu em resposta às recentes fiscalizações da Prefeitura, que têm removido vendedores informais sob alegação de descumprimento do Código de Posturas.

O Protesto

Desde o início da manhã, dezenas de ambulantes ocuparam as escadarias do legislativo municipal. Enquanto um grupo conseguiu adentrar o plenário para acompanhar a sessão, outros foram barrados pela segurança, o que gerou protestos dentro e fora do local. “Queremos ser ouvidos. Essa fiscalização está tirando nosso sustento”, afirmou Maria Souza*, vendedora há 12 anos no local.

A Região 44, polo de comércio de roupas acessíveis, concentra milhares de trabalhadores informais que, segundo eles, não têm alternativas viáveis após as remoções. “A Prefeitura fala em Feira Hippie, mas lá os custos são altos e o movimento é diferente”, explicou Carlos Alves*, ambulante há oito anos.

O Debate na Câmara

O tema dominou a sessão, com vereadores divididos entre apoiar a regulamentação ou reforçar a fiscalização:

  • Fabrício Rosa (PT) propôs projeto para liberar o trabalho das 3h30 às 7h30, horário que não conflitaria com lojistas.

  • Kátia Maria (PT) defendeu a economia informal como complementar: “Ambulantes movimentam R$ 1 bi/ano em Goiânia”.

  • Ava Santiago (PSDB) sugeriu modelo similar ao da Feira Hippie, com permissão noturna.

  • Tião Peixoto (PSDB) apoiou a atividade apenas à noite, em área delimitada.

A Posição da Prefeitura

Em nota, a administração municipal afirmou que as ações visam “garantir ordem urbana”, citando impactos no trânsito e segurança. Como alternativas, ofereceu vagas na Feira Hippie e incentivo a galerias comerciais, além de programas de formalização.

O Que Vem Por Aí

A pressão dos ambulantes deve continuar, com promessa de novas mobilizações caso não haja avanço na regulamentação. Enquanto isso, a Prefeitura mantém a fiscalização, e vereadores buscan conciliar interesses de lojistas e informais.

Contexto: A Região 44 é historicamente palco de tensões entre comércio formal e informal. Em 2023, um levantamento do Dieese apontou que 68% dos ambulantes da área têm na atividade sua única fonte de renda.

*Nomes alterados a pedido dos entrevistados.
*Leia a íntegra da nota da Prefeitura em [link].


Créditos: Redação do Hoje Goiás
Contato: redacao@hojegoias.com.br
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