O prefeito João Rodrigues causou controvérsia nesta sexta-feira (16) ao publicar um vídeo em seu Instagram criticando pessoas que buscam atendimento em unidades de saúde com bebês reborn — bonecos hiper-realistas que simulam recém-nascidos. Em suas declarações, o gestor afirmou que determinou a equipes de saúde a negar atendimento a esses casos e até mesmo a internar compulsoriamente quem insistir na prática.
Declarações polêmicas
No vídeo, Rodrigues foi enfático: “Se alguém inventar de entrar em uma unidade de saúde para pegar ficha e levar um bebê reborn para consultar, a ordem está dada: pode pegar o autor, o proprietário desse bonequinho, e nós vamos internar involuntariamente, porque a pessoa não pode estar bem da cabeça”, afirmou.
A fala gerou reações imediatas, dividindo opiniões entre apoiadores, que consideram a medida necessária para evitar desperdício de recursos públicos, e críticos, que acusam o prefeito de desrespeitar questões psicológicas associadas ao uso desses bonecos — frequentemente adotados por mulheres enlutadas ou em processos terapêuticos.
Reborns: Terapia ou “Distúrbio”?
Os bebês reborn são conhecidos por seu realismo extremo e são usados por diferentes perfis: desde colecionadores até pessoas que enfrentam luto perinatal ou infertilidade. Psicólogos explicam que, em alguns casos, os bonecos funcionam como ferramentas de coping emocional, ajudando a lidar com traumas.
No entanto, o prefeito argumentou que o Sistema Único de Saúde (SUS) não pode ser “onipotente” e que recursos devem ser direcionados a pacientes reais. “Não podemos aceitar que uma pessoa chegue ao posto com um boneco e exija atendimento como se fosse uma criança de verdade. Isso é absurdo e sobrecarrega o sistema”, disse.
Reações e Possíveis Consequências
Associações de saúde mental e direitos humanos repudiaram a declaração, classificando-a como preconceituosa e leiga. “Internação compulsória é medida grave e deve ser baseada em avaliação profissional, não em opinião pessoal”, destacou a psicóloga Mariana Fonseca, especialista em luto.
Já apoiadores do prefeito defendem que a postura evita abusos. “Já vi casos de pessoas que queriam até vacinar os bonecos.” O SUS tem limites”, comentou uma enfermeira da rede municipal, que preferiu não se identificar.
O Conselho Municipal de Saúde deve se reunir na próxima semana para discutir o tema. Enquanto isso, a polêmica segue nas redes sociais, com hashtags como #RespeitoAoReborn e #SUSÉPraGente viralizando.